Responsabilidade Social Corporativa e o Paradigma Win-Win no Empoderamento Feminino no Brasil

Autores

  • Carolina Gallo Garcia Concordia University

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2238-2593.organicom.2024.227825

Palavras-chave:

Mulheres, Empoderamento, Responsabilidade social corporativa, Win-win, ONGs

Resumo

Este artigo discute a expansão das agendas de igualdade de gênero pelo setor corporativo por meio de programas de responsabilidade social corporativa. Usando uma etnografia multissituada como estudo de caso, analisa-se como o empoderamento feminino tem sido incorporado nas práticas comunicativas por meio de uma iniciativa de RSC que promove treinamento de empreendedorismo para mulheres brasileiras. Os achados sugerem que tais estratégias asseguram um posicionamento ético e socialmente comprometido para o setor corporativo, enquanto os efeitos sobre as vidas das mulheres envolvidas são menos evidentes.

Downloads

Biografia do Autor

  • Carolina Gallo Garcia, Concordia University

    Bacharel em Comunicação Social pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS). Doutora em Ciências Sociais pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Pesquisadora colaboradora no Núcleo de Estudos de Gênero Pagu. Pós-doutorado como bolsista Banting no Simone de Beauvoir Institute, na Concordia University.

Referências

BEDFORD, Kate. Doing business with the ladies: gender, legal reform, and entrepreneurship in the international finance corporation. Labour, Capital and Society/Travail, capital et société, Westmont, v. 42, n. 1/2, p. 168-194.

BERTOLDO, Elibia Catarina Mainardi; SILVA, Daniel Reis. A Responsabilidade social das organizações em questão: estudo de caso sobre o Projeto Florada para o empoderamento feminino na cafeicultura. In: CONGRESSO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO NA REGIÃO SUL, 20., Porto Alegre, 2019. Proceedings […]. São Paulo: Intercom, 2019.

BLOWFIELD, Michael. Reasons to be cheerful? What we know about csr’s impact. Third World Quarterly, London, v. 28, n. 4, p. 683-695, 2007.

CALKIN, Sydney. The political economy of ‘empowerability’: A critical discourse analysis of the ‘gender equality as smart economics’ policy agenda. 2014. PhD Thesis (Politics) – University of York, York, 2014.

CALKIN, Sydney. Post-feminist spectatorship and the girl effect: go ahead, really imagine her. Third World Quarterly, London, v. 36, n. 4, p. 654-669, 2015.

CORNELL, Bradford; SHAPIRO, Alan. Corporate stakeholders and corporate finance. Financial Management, London, v. 16, n. 1, p. 5-14, 1987.

CORNWALL, Andrea; ANYIDOHO, Nana. Introduction: Women’s Empowerment: Contentions and contestations. Development, [s. l.], v. 53, p. 144–149, 2010.

DREBES, Maike. Including the ‘other’: power and postcolonialism as underrepresented perspectives in the discourse on corporate social responsibility. Critical Sociology, Thousand Oaks, v. 42, n. 1, p. 105-121, 2014.

GARCIA, Carolina. “Mulheres mudam o mundo”: uma etnografia de políticas corporativas e pedagogias do empoderamento. 2023. PhD Dissertation (Social Sciences) – Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2023.

GREGORATTI, Catia, ROBERTS, Adrianne; TORNHILL, Sofie. Corporations, gender equality and women’s empowerment: feminismco-opted? In: NOIKE, Andreas; MAY, Christian (Eds.). Handbook of the International Political Economy Of The Corporation . Cheltenham: Edward Elgar Publishing, 2018.

GREGORI, Maria Filomena. Viração: experiências de meninos nas ruas. São Paulo: Companhia das Letras, 2000.

HOCHSCHILD, Arlie. The managed heart: Commercialization of human feeling. Berkeley: University of California Press, 1983.

IHLEN, Øyvind; BARTLETT, Jennifer; MAY, Steve. Corporate Social Responsibility and Communication. In: IHLEN, Øyvind, BARTLETT, Jennifer; MAY, Steve (Eds.). The handbook of communication and corporate social responsibility. Hoboken: Wiley, 2011. p. 3-22

JAROLIMEK, Stefan; WEDER, Franzisca. Organizing CSR Communication: challenges for integrated CSR Communication from a PR and organizational communication perspective. In: DIEHL, Sandra et al. (Eds.). Handbook of Integrated CSR Communication: CSR, sustainability, ethics & governance. Cham: Springer, 2017. p. 109-128.

KHONJE, Eleonor. Neoliberalized feminism in Nigeria: “developing” the global entrepreneurial woman. 2020. PhD Dissertation (Ciencias Sociales) – University of Lausanne, Lausanne, 2020.

KOHL-ARENAS, Erica. The self-help myth: how philanthropy fails to alleviate poverty. Oakland: University of California Press, 2015.

KUNRATH, Patricia. Filantropia e investimento social privado nos Estados Unidos e no Brasil: Redes transnacionais de governança econômica. 2017. PhD Dissertation (Social Antropology) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2017.

KUNRATH, Patricia; OLIVEN, Ruben. Filantrocapitalismo versus filantropia para a justiça social: um debate norte-americano sobre como lidar com a pobreza. Mana, Rio de Janeiro, v. 26, n. 1, p. 1-34, 2020.

LEITE, Marianna Vargas de Freitas Cruz. Um recorte de gênero para empresas e direitos humanos: ‘empoderamento’ das mulheres. HomaPublica, Juiz de Fora, v. 4, n. 1, p. 1-19, 2020.

MARCUS, George. Ethnography in/of the world system: The emergence of multi-sited ethnography. Annual Review of Anthropology, Palo Alto, v. 24, p. 95-117, 1995.

MCCARTHY, Lauren. Empowering women through corporate social responsibility: a feminist Foucauldian critique. Business Ethics Quarterly, Cambridge, v. 27, n. 4, p. 603-631, 2017.

MOELLER, Kathryn. Searching for adolescent girls in Brazil: the transnational politics of poverty in “the girl effect”. Feminist Studies, Baltimore, v. 40, n. 3, p. 575-601, 2014.

MOELLER, Kathryn. The gender effect: capitalism, feminism, and the corporate politics of development. Oakland: University of California Press, 2018.

NADER, Laura. Up the anthropologist: perspectives gained from studying up. Washington, DC: U.S Department of Education, 1972. Available at: http://files.eric.ed.gov/fulltext/ED065375.pdf. Access on: April, 2023.

ONG, Aihwa. Spirits of resistance and capitalist discipline: Factory women in Malaysia. Albany: State University of New York Press, 1987.

ONU MULHERES. Princípios de empoderamento das mulheres. New York: ONU Mulheres, 2016. Available at: http://www.onumulheres.org.br/wp-content/uploads/2016/04/cartilha_WEPs_2016.pdf. Access on: July 24, 2024.

ORCHARD, Maria Soledad Etcheverry. A construção social da empresa em tempos de responsabilidade social corporativa:

um estudo de caso a partir da Whirpool AS. 2010. Master thesis (Sociologia Politica) – Universidade Federal de Santa

Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Sociologia Política, Florianópolis, 2010.

PEDREIRA, Shélida. Políticas de gestão de diversidade de gênero e raçanas empresas. Uma diversidade genérica? CONGRESSO BRASILEIRO DE SOCIOLOGIA, 20., Pará, 2021. Proceedings […]. Porto Alegre: Sociedade Brasileira de Sociologia, 2021.

PONTE, Stefano; RICHEY, Lisa Ann; BAAB, Mike. Bono’s Product (RED) Initiative: Corporate Social Responsibility That Solves the Problems of “distant Others”. Third World Quarterly, Abingdon, v. 30, n. 2, p. 301–317, 2009.

PRONI, Thaíssa Tamarindo da Rocha Weishaupt, & PRONI, Marcelo Weishaupt. Discriminação de gênero em grandes empresas no Brasil. Revista Estudos Feministas, Florianópolis, v. 26, n. 1, e41780, 2018.

QUIJANO, Aníbal. Colonialidade, poder, globalização e democracia. Novos Rumos, Marília, v. 17, n. 37, p. 4-25, 2002

ROBERTS, Adrienne. Financial Crisis, Financial Firms...and Financial Feminism? The Rise of ‘Transnational Business Feminism’ and the Necessity of Marxist-Feminist IPE. Socialist Studies, Victoria, n. 2, p. 85-108, 2012.

ROBERTS, Adrienne; SOEDERBERG, Susanne. Gender Equality as Smart Economics? A critique of the 2012 World Development Report. Third World Quarterly, 33(5), 949-968. https://doi.org/10.1080/01436597.2012.677310

ROTTENBERG, Catherine. The rise of neoliberal feminism. Cultural Studies, London, v. 28, n. 3, p. 418-437, 2014.

SAENZ, Cesar. Corporate social responsibility strategies beyond the sphere of influence: Cases from the Peruvian mining industry, Resources Policy, Berlin, v. 80, e103187, 2023.

SLEE, Tom. Uberização: a nova onda do trabalho precarizado. São Paulo: Elefante, 2017.

TORNHILL, Sofie. The business of women’s empowerment: corporate gender politics in the Global South. London; New York: Rowman & Littlefield International, 2019.

UTTING, Peter. CSR and equality. Third World Quarterly, London, v. 28, n. 4, p. 697-712, 2007.

VITOR, Ana Carolina; CAVALCANTI, Hellen Taynan. Ação de responsabilidade social corporativa do combate à violência doméstica durante a pandemia covid-19: o Caso Magalu. Almanaque Multidisciplinar de Pesquisa, Rio de Janeiro, v. 8, n. 2, . p. 27-53, 2022.

WASSER, Nicolas. The promise of diversity: how Brazilian brand capitalism affects precarious identities and work. Bielefeld: transcript Verlag, 2017.

WILSON, Kalpana. Race’, gender and neoliberalism: changing visual representations in development. Third World Quarterly, London, v. 32, n. 2, p. 315-31, 2011.

WORLD BANK. World development report 2012: Gender equality and development. Washington, DC: World Bank, 2011.

doi: https://doi.org/10.1596/978-0-8213-8810-5

WORLD ECONOMIC FORUM – WEF. The Global Gender Gap Report 2013. Geneva: World Economic Forum, 2013.

Downloads

Publicado

2024-12-11

Como Citar

GALLO GARCIA, Carolina. Responsabilidade Social Corporativa e o Paradigma Win-Win no Empoderamento Feminino no Brasil. Organicom, São Paulo, Brasil, v. 21, n. 46, p. 88–99, 2024. DOI: 10.11606/issn.2238-2593.organicom.2024.227825. Disponível em: https://journals.usp.br/organicom/article/view/227825.. Acesso em: 28 abr. 2025.