A prática feminina de si: identificações da mulher encarcerada em cartas

Autores

  • Thays Carvalho Cesar Universidade Tecnológica Federal do Paraná
  • Maria de Lourdes Rossi Remenche Universidade Tecnológica Federal do Paraná

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2596-2477.i50p139-159

Palavras-chave:

Identificações, Mulher, Prisão, Escrita de si

Resumo

O presente trabalho busca identificar a influência do meio prisional na produção de identificações das mulheres privadas de liberdade, utilizando a escrita de si (FOUCAULT, 1992; MCLAREN, 2016) como arcabouço teórico principal. Para tanto, analisamos cartas de mulheres encarceradas em uma unidade destinada a mulheres em fase final de cumprimento de pena da região de Curitiba/PR e fizemos um mapeamento das manifestações do feminino no cárcere. A análise sustenta-se nas teorias sobre escrita de si e estudos sobre identidade. O corpus se constitui de cartas de quatro mulheres privadas de liberdade, coletado durante oficinas de leitura realizadas no período de 07 a 23/11/2022.  A análise das produções demonstrou que o cárcere provoca uma reconfiguração nas identificações dessas mulheres. A ação de contar-se é materializada nas missivas e apresenta o sujeito como um ser social, que vive em um contexto que promove identificações, ora para suportar a dor da ausência daqueles que ama, ora para ressignificar experiências pretéritas.

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Biografia do Autor

  • Thays Carvalho Cesar, Universidade Tecnológica Federal do Paraná

    Professora do curso de Letras, da área de Línguas do Centro Universitário Internacional - UNINTER. Mestranda em Estudos de Linguagens, na linha de pesquisa Multiletramentos, discurso e processos de produção de sentidos pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), bacharel em Letras pela Universidade Federal do Paraná, especialista em Neurociências pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná, em Criminologia pelo Instituto de Criminologia e Política Criminal e em Direitos Humanos e Movimentos Sociais. Realiza estudos sobre políticas públicas voltadas à educação em Direitos Humanos, sistema penitenciário e impactos da leitura no cotidiano intramuros. Atualmente pesquisa práticas de leitura em contextos de privação de liberdade e temas sociais em literatura. Participa do grupo de pesquisa Intersecções: Língua, cultura, história e tecnologias, da área de Linguagens e Sociedade, da Escola Superior de Educação do Centro Universitário Internacional - UNINTER e do Grupo de Pesquisa em Linguística Aplicada da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (GRUPLA - UTFPR).

  • Maria de Lourdes Rossi Remenche, Universidade Tecnológica Federal do Paraná

    Professora Associada da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR - Curitiba), com pós-doutorado em Ciências da Educação pela Universidade do Minho (UM - PT). Doutora em Linguística pela Faculdade de Filosofia e Letras da Universidade de São Paulo (USP), Mestre em Estudos da Linguagem (UEL), Especialista em Língua Portuguesa (UEL) e Graduada em Letras Vernáculas e Anglo (UEL). A pesquisadora é docente do Programa de Pós-Graduação em Estudos das Linguagens/PPGEL, líder do Grupo de Pesquisa em Linguística Aplicada (GRUPLA), e desenvolve pesquisas na área de Discurso, Letramentos Críticos, Multiletramentos, Práticas de leitura e escrita na contemporaneidade.

     

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Publicado

2023-11-13

Como Citar

Cesar, T. C. ., & Remenche, M. de L. R. . (2023). A prática feminina de si: identificações da mulher encarcerada em cartas. Manuscrítica: Revista De Crítica Genética, 50, 139-159. https://doi.org/10.11606/issn.2596-2477.i50p139-159