Devires e fabulação da escrita poética em 'O perfeito cozinheiro das almas deste mundo'
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2596-2477.i46p47-65Palavras-chave:
O perfeito cozinheiro das almas deste mundo, Rastros arqueológicos, Crítica genética, Ato de fabulaçãoResumo
O estudo apresenta algumas considerações sobre O perfeito cozinheiro das almas deste mundo (Oswald de Andrade). O instante da escrita coletiva do diário compreendeu o período de 1918 a 1919, um registro da criação em ato, um processo contínuo de troca de mensagens sobre os mais variados e inusitados assuntos escritos de modo irreverente e descompromissado. Essa modalidade anuncia uma escrita do devir, uma vez que não-representativa, expande seus limites e situa-se no limiar entre prosa e poesia. Esse traço singular da obra é revelador de uma escrita potencialmente inventiva que experimenta caminhos; portanto, uma escrita inacabada ou mesmo uma não-escrita que coloca o literário ao lado do informe, do inacabado. A releitura do diário nos permite, pela crítica genética, colocá-lo em ação novamente e apreender, a partir de rastros arqueológicos e da matriz inventiva precursora da poética do Modernismo, o devir da escrita em ato de fabulação.
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