A estética da existência e as figuras femininas do amor e da morte: entrecruzamentos entre Foucault, Vernant e Duras
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2596-2477.i39p29-39Palavras-chave:
amor, espelho, morte, estética da existência, espiritualidadeResumo
Durante dois meses de pesquisa no IMEC (Institut Mémoires de l’Édition Contemporaine), tivemos a oportunidade de articular os arquivos que compõem os fundos Michel Foucault, Jean-Pierre Vernant e Marguerite Duras. Mobilizando tais documentos, deparamo-nos com três elementos que, por serem cruciais à experiência do si e do outro no mundo, perpassam a filosofia, a antropologia e a literatura: trata-se, pois, do amor, do espelho e da morte. Estes conceitos nos permitiram entrecruzar Foucault, Vernant e Duras e, assim, re-problematizar a dimensão ética e política da estética da existência. Portanto, no presente ensaio, mostraremos o caráter contra-utópico do amor que se atrela à figuração feminina do espelho de Medusa, para, em seguida, delinearmos alguns dos traços que poderiam configurar o aspecto espiritual da estética da existência foucaultiana. As hipóteses levantadas em nosso artigo foram desenvolvidas a partir de uma abordagem contemporânea que, inspirada em Foucault, privilegia a transversalidade histórica das práticas e dos conceitos. Nesse sentido, o nosso objetivo não é o de concatenar o amor, o espelho e a morte de forma universal e absoluta, mas sim o de transitar entre o passado e o presente levando em consideração a singularidade e a contingência de conexões que escapam à tradição dos poderes e saberes.
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