A composição de Em busca do tempo perdido na correspondência de Marcel Proust
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2596-2477.i29p20-31Palavras-chave:
Proust, correspondência, memória, composição literária.Resumo
A correspondência de Marcel Proust é bastante rica e vasta. Contando atualmente com 21 volumes, ela revela uma atividade de escritura epistolar muito intensa e com correspondentes bastante variados, mas o que atrai nossa atenção são as cartas nas quais Proust reforça que sua obra não é fruto de uma memória autobiográfica, de uma coletânea de lembranças, e, portanto, de uma escritura aleatória, mas de uma busca por uma unidade, por uma estrutura chamada por ele de “dogmática”. Esse discurso aparece já em 1913, ano de publicação do primeiro romance da obra Em busca do tempo perdido, e permanece forte depois da guerra, em 1919 e reverbera ainda em 1922, ano de sua morte. O presente texto tem por objetivo mostrar esses diálogos e pontuar como Proust tenta se afastar da ideia de memória, ao menos de uma memória autobiográfica, e insistir na questão da composição literária.
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