A escrita de Camões: Platão e Petrarca e o amor como desejo de Beleza no episídio da Insula Divina
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2596-2477.i29p70-82Palavras-chave:
Humanismo, Petrarquismo, Platão, Os Lusíadas.Resumo
Este artigo tem por objetivo uma análise dos cantos IX e X de Os Lusiadas, notadamente do episódio conhecido como “Ilha dos Amores”. Para tanto foram consideradas especialmente as fortes ligações de Camões com o pensamento petrarquista divulgado à época e com a filosofia de Platão, precisamente os aspectos presentes no conhecido O Banquete. A partir das aproximações feitas, mostra-se como o episódio da Insula Divina constitui em uma alegoria a possibilidade do “homem virtuoso” alcançar o Bem maior. Assim, o Amor é evidênciado como símbolo e metáfora para o caminho possível que levaria o homem ao encontro da “sabedoria” que é, nas palavras do próprio poeta, Deus. A beleza presente nas Ninfas e na Ilha mostra-se, portanto, como um raio da beleza divina e ao serem seduzidos por elas os bravos navegadores são levados ao cume da montanha, simbolizando a possibilidade de ascenção espiritual.Downloads
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