A POLÍTICA DE CONTRA-REFORMA AGRÁRIA DO BANCO MUNDIAL NO CEARÁ
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2179-0892.geousp.2006.73996Palavras-chave:
contra-reforma agrária, “reforma agrária de mercado”, camponeses, assentamentos, Ceará.Resumo
Este artigo analisa a política de crédito fundiário no Ceará praticada pelos governos estadual e federal, em parceria com o Banco Mundial, a partir de 1996. A forma pela qual o Estado foi levado a dar início e desenvolver a “reforma agrária de mercado” no Ceará, recoloca problemas importantes, tais como: a questão da reforma agrária e o acesso à terra pelos sem terra, e o problema da estrutura fundiária no Ceará e no Nordeste. A reflexão sobre a contra-reforma agrária do Banco Mundial passa pela discussão acerca da concepção do desenvolvimento territorial contraditório (desigual e combinado) no interior da Geografia Agrária. A pesquisa foi desenvolvida a partir de estudo realizado em oito assentamentos criados em decorrência dos projetos São José e Cédula da Terra. A implementação da “reforma agrária de mercado” no Ceará traz consigo o re-significado da apropriação da frações do território conquistado, constituíram, por sua vez, em uma forma de propriedade diferente da propriedade privada capitalista.
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