Cafuas, guetos e santuários – atualização do sagrado num artista iconoclasta: produção, recepção e repercussão da obra de Tom Zé
DOI:
https://doi.org/10.11606/extraprensa2008.74365Palavras-chave:
Tom Zé, Música, Processos mediáticos e culturaisResumo
O presente artigo focaliza-se na figura solitária e peculiar de artistas que destoam dos movimentos estéticos em bloco, dominantes ou vanguardistas, aqui ilustrado pelo músico Tom Zé. O objetivo desse artigo é analisar o propósito de um projeto artístico que inclui, na performance, o exagero da auto-referencialidade como procedimento para intensificar o alcance do próprio discurso. Os referenciais teóricos que norteiam a pesquisa são encontrados nos apontamentos de Antonio Gramsci e Nestor Garcia Canclini, do primeiro na sistematização da Filosofia da Práxis e do segundo nos estudos das Culturas Híbridas. Os dois esclarecem o papel de um novo tipo de intelectual e artista imbricados nas seguintes dimensões: a do intelectual orgânico em relação com o oprimido, quando estabelece empatia a partir de uma autêntica sintonia, na qual o intelectual percebe no outro a potência e, dessa forma, valorizando o saber popular que lhe confere identidade, lutando pela socialização do conhecimento com vistas ao descortinamento de um novo horizonte ético-político; por outro lado, a obra do artista moderno inclui a celebridade individual, a conversão da história imediata do artista e a textualização da vida social, como estratégias para ampliar o alcance do discurso, para essa breve pesquisa interessam os aspectos político e pedagógico dessas estratégias. O esforço desse artigo consiste em aproveitar os esclarecimentos dos teóricos acima citados para ilustrar, com a obra e a trajetória de Tom Zé, uma espécie de artista complexo que, ao perseguir o prevalecimento do seu ideal estético, incorporou as adversidades dos que enfrentam e resistem aos apelos da massificação; dos que ousaram entrar em confrontos com a indústria cultural e, não raro, com o cenário político e social.Downloads
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