Sincretismo de um carnaval no Rio das Pérolas: o caso de Macau

Autores

  • Ana Maria Saldanha Instituto Politécnico de Macau

DOI:

https://doi.org/10.11606/extraprensa2020.175071

Palavras-chave:

Carnaval, Macau, Mikhail Bakhtin, Cultura macaense

Resumo

O filósofo e pensador russo Mikhail Bakhtin afirma que o ser humano tem a capacidade de assumir duas vivências distintas: numa delas, o Homem encontra-se sujeito à hierarquia e procura levar uma vida com seriedade e em conformidade com padrões e normas sociais, conquanto na outra se encontra liberto de constrangimentos. É nesta última que uma manifestação cultural como o carnaval ganha vida e forma. Será a partir da acepção bakhtiniana de que o carnaval permite uma representação invertida da realidade da qual emerge que procuraremos compreender a forma como confluíram no (já desaparecido) carnaval macaense, culturas, identidades e expressões linguísticas, as quais, por sua vez, são o resultado de um sincretismo cultural que permitiu a formação de uma cultura, especificamente, macaense.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Ana Maria Saldanha, Instituto Politécnico de Macau

    Professora Adjunta Convidada do Instituto Politécnico de Macau (IPM), República Popular da China (RPC). Doutora em Estudos Literários – Especialidade Literatura Comparada, pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (UL), e doutora em Letras, Línguas e Ciências Humanas – Especialidade Estudos Luso-brasileiros pela Université Stendhal-Grenoble III, na França. Tem pós-doutorado em Sociologia da Literatura pela Faculdade de Ciências e Letras da Universidade Estadual de São Paulo (FCLAr-Unesp).

Referências

BAKHTIN, Mikhail. François Rabelais et la culture populaire au Moyen Âge et sous la Renaissance. Paris: Gallimard, 1982 [1970].

BAKHTIN, Mikhail. La poétique de Dostoïevski. Paris: Éditions du Seuil, 1970 [1929].

BERLIE, Jean. Macao: une société multi-communautaire. Perspectives Chinoises, Ann Arbor, n. 73, p. 74-82, 2002.

COELHO, Rogério Beltrão. Teatro D. Pedro V: uma história atribulada. Revista Macau, Macau, n. 25, p. 41-47, 1994.

FERNANDES, Henrique de Senna. Cinema em Macau III (1932-36). Revista da Cultura, Macau, n. 23, p. 132-152, 1995.

FERNANDES, Henrique de Senna. Os dores. Macau: Instituto Cultural do Governo da RAEM, 2012.

FERNANDES, Miguel Senna; BAXTER, Alan Norman. Maquista chapado: vocabulário e expressões do crioulo português de Macau. Macau: Instituto Internacional de Macau, 2001.

FERREIRA, Márcia Rosa dos Reis. Cultura e sociabilidades em Macau nos finais de oitocentos: o eco macaense (1893-1899). 2006. Dissertação (Mestrado em História Contemporânea) – Flup, Porto, 2006.

JARDIM, Veiga. Tunas de Macau: convívio e folia. Revista Macau, Macau, v. 2, n. 13, p. 12-16,1993. Disponível em: https://bityli.com/t6ibs. Acesso em: 12 nov. 2020.

JORGE, Cecília. Récita e língua maquista. Revista Macau, Macau, n. 25, p. 27-32, 1994.

MARREIROS, Carlos. Alianças para o futuro. Revista de Cultura, Macau, n. 20, p. 157-168, 1994.

PENAJOIA, Francisco. O carnaval. Renascimento, Macau, v. 3, n. 2, p. 115-116, 1944.

SALDANHA, Ana. O luso-tropicalismo na construção de um imaginário imperial: os casos de Macau e de Goa. In: DEPARTAMENTO DE ESTUDOS PORTUGUESES DA UNIVERSIDADE DE SÃO JOSÉ. Goa e Macau: a inscrição da identidade (nas línguas, literaturas e culturas). Macau: Universidade de São José, 2019. p. 22-42.

SÉRGIO. Secção poética – “Ao truão… ao carnaval”. Renascimento, Macau, v. 3, n. 2, p. 215-216, 1944.

SERGIO, Vanessa. Macao : vie culturelle et littéraire d’expression portugaise au milieu du XXe siècle : Luís Gonzaga Gomes, ‘Fils de la Terre’. 2012. Tese (Doutorado) – Université Paris Ouest, Nanterre, 2012.

ZHILIANG, Wu; JACQUET, Raphaël. Le rôle de l’ambre gris et de l’opium dans l’histoire de Macao. Perspectives Chinoises, Ann Arbor, n. 73, p. 4-19, 2002.

Z. Espírito e bom humor (recordações carnavalescas). Renascimento, Macau, v. 3, n. 2, p. 130-137, 1944.

Downloads

Publicado

2020-12-12

Como Citar

Saldanha, A. M. (2020). Sincretismo de um carnaval no Rio das Pérolas: o caso de Macau . Revista Extraprensa, 14(1), 27-45. https://doi.org/10.11606/extraprensa2020.175071