Ciências Sociais no curso de Medicina: limites institucionais e pluralidade de disposições
DOI:
https://doi.org/10.1590/S1678-4634202046225045Palavras-chave:
Ciências sociais, Educação médica, EpistemologiaResumo
Estudos têm demonstrado a presença de distintas percepções de estudantes de medicina em relação ao valor das ciências sociais para sua formação. O objetivo deste artigo é refletir sobre essa diversidade por meio da análise de avaliações de estudantes de medicina sobre uma disciplina das ciências sociais em saúde. O artigo analisa avaliações de 69 estudantes coletadas por instrumento baseado na escala-Likert 10 com justificativa. A análise do material por núcleos de sentido permitiu identificar três grupos de avaliações coincidentes com as faixas de notas 0-3 (G1), 4-6 (G2) e 7-10 (G3). Os três grupos são atravessados pela percepção de um limite institucional para a aprendizagem na disciplina: a grade horária e o método de avaliação da maioria das disciplinas. Mas, em cada grupo, esse limite é assumido de maneira diversa, de acordo com a percepção da relevância das ciências sociais para a formação médica. A discussão dos resultados destaca, além do limite institucional mencionado: 1) a homologia entre o lugar (pré-clínico) que a organização curricular designa para as ciências sociais e a concepção sustentada majoritariamente pelos estudantes de G1, que, amparados no discurso da “eficiência especializada”, compreendem as ciências sociais como um campo de saberes, por definição, estranho à prática médica; 2) a presença de discursos em G2 e G3 que se afastam dessa lógica por uma avaliação positiva dos conteúdos do módulo Saúde e Sociedade (SS), o que, considerada a proposta do módulo, sugere uma identificação desses estudantes com outras perspectivas, referências e modelos de educação e atuação médicas. Conclui-se com algumas questões suscitadas pela pesquisa e que demandam novas investigações e reflexões.
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