Produtivismo na pós-graduação na perspectiva da ergonomia da atividade
DOI:
https://doi.org/10.1590/S1678-4634202046220223%20%20Palavras-chave:
Análise ergonômica do trabalho, Pós-graduação, Trabalho docenteResumo
O objetivo deste artigo é analisar a atividade de trabalho docente de nível superior, identificando os constrangimentos a que os profissionais dessa categoria estão submetidos, devido, especialmente, ao sistema de avaliação da produção intelectual atrelado aos programas de pós-graduação. Foram estudadas as atividades do corpo docente que atua no departamento de Engenharia de Produção (EP) de uma universidade pública federal, no interior do estado de São Paulo. A escolha dessa temática considera que o trabalho docente passou a ter nova lógica nas rotinas acadêmicas, baseada na aceleração e intensificação de atividades e no estímulo à produtividade, que reproduz no âmbito universitário as características próprias do trabalho flexível. Quanto ao delineamento metodológico, esta pesquisa é classificada como descritiva, de abordagem qualitativa, complementada pela aplicação de um estudo de caso único, delineado pela abordagem metodológica da Análise Ergonômica do Trabalho (AET). Os resultados mostram que os docentes que atuam no programa de pós-graduação da instituição selecionada estão submetidos a constrangimentos e experimentam sentimento de frustração devido às cobranças por publicação em detrimento de outras atividades que consideram ter mais sentido e propósito. Parte dos docentes considera a avaliação da produção intelectual um processo opressivo e motivador de um produtivismo sem retorno, que não traduz o desempenho de um bom professor no exercício de suas atividades de ensino, pesquisa e extensão.
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