O recenseamento escolar de 1920 na imprensa paulista
uma campanha cívica de combate ao analfabetismo
DOI:
https://doi.org/10.1590/s1678-4634201844181751Palavras-chave:
Recenseamento escolar, Reforma de 1920, Sampaio Doria, Imprensa paulistaResumo
A primeira medida tomada por Sampaio Doria quando assumiu a Direção Geral de Instrução Pública de São Paulo, em 1920, foi promover o recenseamento escolar das crianças entre 6 e 12 anos, com o objetivo de saber quantas crianças eram analfabetas, onde elas moravam e quais as condições da região em que moravam. Tomando o recenseamento escolar de 1920 como objeto, este artigo tem como objetivo analisar o papel que a imprensa paulista desempenhou ao promover uma campanha cívica do recenseamento, interferindo na produção do fato. Analisa-se o modo como a imprensa divulgou o recenseamento entre junho e setembro, entendendo-a como sujeito da história, que agenda, seleciona, registra e comenta assuntos da esfera pública. Tem-se a hipótese de que o efeito social promovido pela cobertura da imprensa auxiliou a alavancar a Reforma de 1920, ao agendar o analfabetismo e inflar sua visibilidade. Constituem o corpus documental deste artigo publicações nos jornais Correio Paulistano, O Estado de S. Paulo e Jornal do Commercio. Para análise dos documentos, utiliza-se como referencial teórico-metodológico a teoria do agendamento, segundo a qual o efeito mais decisivo que os meios de comunicação geram no debate é a própria pauta. Conclui-se que a divulgação do recenseamento escolar pela imprensa amplificou a denúncia do analfabetismo. Ao acompanhar a ação governamental do recenseamento escolar, a imprensa agendou o tema do analfabetismo, alardeando-o com imagens, em concordância com as atividades executadas pelo governo.
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