Loucos, bufões, cegos e manetas: os contadores de histórias de Tahar Ben Jelloun
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1984-1124.v0i13p91-101Palavras-chave:
Contador de histórias, literatura francófona, loucura, reterritorializaçãoResumo
O contador de histórias de Tahar Ben Jelloun apresenta-se como personagem vacilante entre passado e presente, oral e escrito, loucura e sabedoria. Em três romances do escritor marroquino, o personagem-narrador do contador se multiplica e desdobra, expressando a polifona do texto, o desequilíbrio do personagem, o desvario de sua situação: exterritorial (BONN), desterritorializada (DELEUZE e GUATTARI), colocando em questão a verdade do texto (como não raro nos textos contemporâneos) e a unidade do mundo (que deveria ser garantida pelo trabalho milenar da tradição do contador). A loucura do contador decorre da dor do desterro, mas também do poder do livro e da história: de possuidor do texto, passa a ser possuído por ele. O contador enlouquecido torna-se, então, exorcista, para expulsar de si e das páginas do livro as histórias dos personagens. Loucura que é condição da “reterritorialização simbólica”.Downloads
Referências
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