O eco-horror vegetal em Invasores de Corpos (1955 [2020]), de Jack Finney: simulacro, hiper-realidade e consumo desenfreado
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1984-1124.i39p410-428Palavras-chave:
Invasores de corpos, Simulacro, Hiper-realidade, Consumo, Eco-horrorResumo
Escrito por Jack Finney e publicado originalmente na década de 1950, em meio às tensões da Guerra Fria, Invasores de Corpos ([1955] 2020) aborda o tema da invasão alienígena. A narrativa, ao longo dos anos, tem sido reinterpretada em consonância com as mudanças culturais e sociais, demonstrando sua atemporalidade por permitir diversas leituras. Frente às crescentes preocupações ambientais que dominam os debates contemporâneos, este estudo propõe uma nova análise da obra a partir da perspectiva do eco-horror vegetal (Keetley, 2016). O objetivo é fomentar uma discussão sobre o consumo desenfreado, caracterizado pela liquidação dos sentidos (Baudrillard, 1991), saturação da informação (Morin, 1986) e a mecânica do conformismo (Marcuse, 1979), que culmina na emergência de simulações, simulacros e hiper-realidade (Baudrillard, 1991). A análise conclui que narrativas como Invasores de Corpos ([1955] 2020) podem ser vistas, sob a ótica do horror ecológico vegetal como reflexos da nossa desconexão crítica com a natureza e os desafios dessa relação.
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