A Tradição Gótica em Casa de Niebla (1947) de María Luisa Bombal
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1984-1124.i39p132-158Palavras-chave:
Casa de niebla, María Luisa Bombal, gótico feminino, literatura chilena, literatura gótica, literatura hispano-americanaResumo
O presente artigo analisa o romance Casa de niebla (1947) da autora chilena María Luisa Bombal, explorando como a obra segue as convenções da literatura gótica, em particular do gótico feminino. O estudo destaca o uso de Bombal de elementos como o sublime, o infamiliar e a casa como locus horriblis para ilustrar o matrimônio infeliz de Helga e Daniel. Como segunda esposa de Daniel, Helga se vê no papel de substituta, o que faz com que ela se sinta solitária e separada de si mesma em seu novo lar, que deveria constituir um lugar seguro, segundo a acepção burguesa. Ao empregar tais características do gótico, a autora não apenas revela as complexidades da relação de Helga com Daniel e consigo mesma, mas também oferece uma crítica ao papel tradicional da mulher na sociedade, utilizando a estética gótica como ferramenta para denunciar as opressões e angústias advindas da instituição matrimonial e dos papéis de gênero, como é típico do gótico feminino.
Downloads
Referências
BATISTA, Camila Aparecida Virgílio; SILVA, Alexander Meireles da. Nos subterrâneos do gótico feminino moderno: Um olhar em “O jardim selvagem”, de Lygia Fagundes Telles. IN: SILVA, Alexander Meireles da; BARROS, Fernando Monteiro de; FRANÇA, Júlio; COLLUCI, Luciana (orgs). Estudos do Gótico. Rio de Janeiro: Dialogarts, 2017.
BIANCHI, Soledad. María Luisa Bombal o una difícil travesía (del amor mediocre al amor pasión). Cyber Humanitatis, Santiago, n. 2, p. 1-16, 1997.
BOMBAL, María Luisa. Casa de niebla. Santiago: Ediciones UC, 2012. E-book.
BOTTING, Fred. Gothic. Inglaterra: Routledge, 1996.
BURKE, Edmund. Investigação Filosófica Sobre a Origem de Nossas Ideias do Sublime e da Beleza. São Paulo: Edipro, 2016.
CAMPBELL, Margaret V. The Vaporous World of María Luisa Bombal. Hispania, Baltimore, v. 44, n. 3, 1961, p. 415-419, 1961.
CASANOVA-VIZCAÍNO, Sandra; ORDIZ, Inés (orgs). Latin American Gothic in Literature and Culture. Estados Unidos: Routledge, 2018.
CAVALLARO, Dani. The Gothic Vision: Three Centuries of Horror, Terror and Fear. Estados Unidos: Continuum, 2002.
COHEN, Jeffrey J. Monster Theory: Reading Culture. Estados Unidos: University of Minnesota Press, 1996.
CORTÁZAR, Julio. Notas sobre lo gótico en el Rio de la Plata. Cahiers du monde hispanique et luso-brésilien, França, no. 25, p. 145-151, 1975.
DABOVE, Juan Pablo. Posfacio: El momento gótico de la cultura. IN: ZANGRANDI, Marcos (org). Territorio de sombras: Montajes y derivas de lo gótico en la literatura argentina. Argentina: NJ Editor, 2019.
ESPINOSA, Patricia H. La última niebla de María Luisa Bombal: Excentricidad, desacato y eroticidad en el devenir identitario femenino. Acta Literaria, Concepción, n. 31, p. 9-21, 2005.
FREUD, Sigmund. O infamiliar [Das Unheimliche] – Edição comemorativa bilíngue (1919-2019): Seguido de O homem da areia de E. T. A. Hoffmann. São Paulo: Autêntica, 2019.
GILBERT, Sandra M.; GUBAR, Susan. The Madwoman in the Attic. Estados Unidos: Yale University Press, 1979.
GORDILLO, Adriana. Los fantasmas de la casa: Reflexiones sobre el gótico en la obra de Carlos Fuentes. Badebec, Argentina, vol. 3, no. 6, p. 227-253, 2014.
GUERRA, Milla Bioni. Convergências entre o sublime e o grotesco na arte romântica. Palíndromo, Santa Catarina, vol. 10, no. 21, p. 171-198, 2018.
HUGO, Victor. Do grotesco e do sublime. São Paulo: Editora Perspectiva, 1988.
MORAES, Eliane Robert. O corpo impossível: A decomposição da figura humana de Lautréamont a Bataille. São Paulo: Editora Iluminuras, 2002.
OLIVEIRA, Bruno Silva de. O medo à espreita: (Des)construções topofóbicas em “A cidade inteira dorme”, de Ray Bradbury. IN: GAMA-KHALIL, Marisa Martins; SANTOS, Jamille da Silva. Nos labirintos do medo: Estudos sobre o medo na ficção. Rio de Janeiro: Editora Bonecker, 2018.
ROAS, David. El horror del cotidiano: literatura fantástica e transgressão. IN: GAMA-KHALIL, Marisa Martins; SANTOS, Jamille da Silva. Nos labirintos do medo: Estudos sobre o medo na ficção. Rio de Janeiro: Editora Bonecker, 2018.
ROSSI, Aparecido Donizete. The Gothic in Kate Chopin. IN: O’DONOGHUE, Kate; OSTMAN, Heather (orgs). Kate Chopin in Context: New Approaches. Estados Unidos: Palgrave Macmillan, 2015.
ROSSI, Aparecido Donizete. Manifestações e configurações do Gótico nas literatura inglesa e norte-americana: um panorama. Ícone: Revista de Letras, Goiás, vol. 1, p. 55-76, 2008.
SÁ, Daniel Serravalle de. O romance gótico e as mulheres: Questões de política sexual. IN: ROSSI, Aparecido Donizete; COLUCCI, Luciana (orgs). O gótico e as mulheres. Itinerários: Revista de Literatura, Araraquara, no. 47, 2018.
SÁ, Daniel Serravalle de. Gótico tropical: O sublime e o demoníaco em O Guarani. Bahia: Editora da Universidade Federal da Bahia, 2010.
SANTOS, Ana Paula. Perspectivas do gótico feminino em “O caso de Ruth”, de Júlia Lopes de Almeida. IN: SILVA, Alexander Meireles da; BARROS, Fernando Monteiro de; FRANÇA, Júlio; COLLUCI, Luciana (orgs). Estudos do Gótico. Rio de Janeiro: Dialogarts, 2017.
SENA, Marina. Segredos e terrores da casa: A espacialidade gótica em As minas de prata (1865-6), de José de Alencar. IN: ROSSI, Aparecido Donizeti; ZANINI, Cláudio; BARROS, Fernando Monteiro de; FRANÇA, Júlio; (orgs). Estudos do Gótico. Rio de Janeiro: Dialogarts, 2018.
TEIXEIRA, Níncia Cecília Ribas Borges. Mãe e monstro: A desconstrução da figura materna na escrita de autoria feminina. Terra roxa e outras terras, Londrina, vol. 20, p. 46-55, 2010.
VASCONCELOS, Sandra Guardini. Dez lições sobre o romance inglês do século XVIII. São Paulo: Boitempo Editorial, 2002.
VERA, María Jesús Orozco. La narrativa de María Luisa Bombal: Principales claves temáticas. CAUCE: Revista de Filología y su Didáctica, Sevilla, n. 12, p. 39-56, 1989.
WILLIAMS, Anne. Art of Darkness: a Poetics of Gothic. Estados Unidos: University of Chicago Press, 1995.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
a. Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
b. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
c. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).