Fabricando prazeres, produzindo dores: o cotidiano conjugal de trabalhadoras com Lesões por Esforços Repetitivos
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1981-0490.v3i0p31-45Palavras-chave:
Lesões por Esforços Repetitivos, Mulher, Vida familiar e conjugalResumo
A LER é uma doença do trabalho que tem atingido trabalhadores de ambos os sexos, mais significamente as mulheres. Essa lesão afeta a capacidade funcional, principalmente na realização de atividades profissionais, domésticas e de higiene pessoal. Considerando que em nossa sociedade cabe às mulheres a responsabilidade pelo trabalho doméstico e pelo cuidado dos filhos, essa pesquisa objetivou conhecer as implicações da LER na vida conjugal de mulheres acometidas dessa lesão. Foram entrevistadas seis mulheres, operárias de uma fábrica de chocolates, casadas, com filhos. Utilizamos entrevistas abertas, semi-abertas e questionário. Observamos mudanças na auto-avaliação antes e depois da LER. Verificamos que a perda do trabalho extralar ocasiona grande sofrimento para as entrevistadas. Observamos que, mesmo incapacitadas, as entrevistadas insistem em desempenhar os papéis tradicionais de dona de casa e de mãe e sofrem por não conseguir concretizá-los. Quanto à vida sexual, a lesão não gerou sérios comprometimentos. Apesar de a doença exigir adaptações na vida familiar e conjugal, na percepção das entrevistadas essas interferências não provocaram mudanças no relacionamento afetivo do casal. Concluímos que o fato de a LER interferir na vida de uma mulher casada e com filhos não significa necessariamente que ela tenha relações familiares e conjugais insatisfatórias.Downloads
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