O Parque do Povo na centralidade da metrópole paulistana: a destruição de um patrimônio cultural popular

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1980-4466.v19i37p158-178

Palabras clave:

Futebol de várzea, Parques, Urbanização como negócio

Resumen

Uma característica marcante da atual produção e reprodução do espaço nas cidades brasileiras tem sido o verdadeiro “bota-abaixo”, ou seja, destruição do ambiente construído do passado sob o comando do mercado imobiliário e sua constante busca do lucro e da valorização do capital. Vive-se, assim, uma dinâmica urbana tensionada pelo poder econômico que impõe a lógica da urbanização como negócio. Isso tem resultado na eliminação de testemunhos e marcas fundamentais da história e do cotidiano das classes trabalhadoras das cidades, pois não há uma política pública que se ocupe da preservação dos bens materiais ligados ao universo da cultura popular. O objetivo do presente artigo é, assim, problematizar o tema a partir do caso do Parque do Povo, em São Paulo, mostrando como se deu a sua destruição, que foi resultado de ações do poder público voltadas ao atendimento de interesses da valorização imobiliária na nova centralidade dos negócios da metrópole paulistana.

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Biografía del autor/a

  • Simone Scifoni, Universidade de São Paulo, São Paulo, São Paulo, Brasil

    Geógrafa, professora do Departamento de Geografia da Faculdade de Filosofia, letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo. Mestre e doutora pela mesma instituição. Fundadora e membro da Rede Paulista de Educação Patrimonial (Repep). Membro do Icomos-Brasil. Coordenadora do Grupo de Pesquisa Patrimônio, Espaço e Memória (PEM), certificado pelo CNPq.

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Publicado

2024-10-31

Cómo citar

Scifoni, S. (2024). O Parque do Povo na centralidade da metrópole paulistana: a destruição de um patrimônio cultural popular. Revista CPC, 19(37), 158-178. https://doi.org/10.11606/issn.1980-4466.v19i37p158-178