Avaliação de empresas: da mensuração contábil à econômica

Autores

  • Eliseu Martins USP; Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade; Departamento de Contabilidade e Atuária

DOI:

https://doi.org/10.1590/S1413-92512000000200002

Palavras-chave:

métodos ou princípios de avaliação, valores de entrada, valores de saída, custo de oportunidade, risco, lucro, patrimônio

Resumo

São várias as formas de se medir o patrimônio e o lucro de uma empresa; desde o Custo Histórico, com base nas transações ocorridas, passando pelo Custo Corrente, considerando a reposição dos fatores de produção sendo consumidos, avaliando cada ativo e passivo pelo seu Valor Líquido de Realização e chegando ao Valor Presente dos Fluxos de Caixa Futuros.Todas elas consideram, no fundo, um único objeto: o caixa; ora o caixa acontecido, o prestes a acontecer, o que aconteceria se ativos e passivos fossem vendidos, o caixa esperado por transações futuras etc., cada uma das informações válidas para uma finalidade diferente. Logo, não são modelos alternativos, que implicam, obrigatoriamente, a eliminação ou não adoção dos demais; podem simplesmente ser tratados como complementares. Os únicos fatores que, no longo prazo, podem fazer divergir a mensuração do lucro são: inflação e custo de oportunidade. E o não uso desses dois fatores continua sendo falha imperdoável de nós, Contadores. Para o primeiro, dispomos de metodologias simplificadas e complexas (modelo "societário" e correção integral, por exemplo). Já para o segundo, isto é, o custo de oportunidade, não temos sequer aplicado o Juro do Capital Próprio, e muito menos aquela parcela relativa ao risco, apontando realmente que a situação é mais complexa (mas não inviável - lembremo-nos do 'banal' EVA®). Em suma, todo o lucro é ou implica a figura do caixa; todas as formas de avaliação, ao final, chegam ao mesmo lucro e ao mesmo caixa, com o problema apenas da inflação e do custo de oportunidade. Os diferentes conceitos e princípios de avaliação patrimonial e, conseqüentemente, de lucro, são totalmente complementares; nenhum deles possui todas as informações, utilidade e qualidade desejadas pelos usuários. Devem ser tratados como um ajudando e complementando o outro, e não como mutuamente excludentes. Que tal devotarmos mais atenção e ação a esses aspectos? E em especial à inflação e ao custo de oportunidade?

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Publicado

2000-12-01

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Martins, E. (2000). Avaliação de empresas: da mensuração contábil à econômica . Caderno De Estudos, 24, 28-37. https://doi.org/10.1590/S1413-92512000000200002