Uma tradução operosa: O verbo "rebentado" na escrita de José María Arguedas
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2317-9651.v0i12p226-251Palavras-chave:
mímesis, tradução, metáfora, fronteira.Resumo
Partindo do diálogo entre dois personagens de um capítulo dos Zorros de Arguedas, intentamos investigar as formas transversas, oblíquas, da significação na linguagem do romance. Associa-se a este propósito, uma perspectiva que leva em conta a função da metáfora na narrativa. Amparamo-nos amplamente na reflexão desenvolvida por Paul Ricoeur sobre a metáfora, além de levar em conta a compreensão benjaminiana da tradução, que envolveria uma ideia de “plenitude das línguas”. Para a referida análise, assume relevância a ideia de uma tradução implicada no manifesto desejo do autor de restabelecer o vínculo perdido com as coisas. Esta aspiração de uma forma de expressar-se que dispensaria mediações, ao que nos parece, funciona como fio condutor na construção do capítulo estudado. Buscamos mostrar que o fracasso ao qual estaria condenado de antemão um ideal como este é contrabalançado pelo esforço laborioso da criação de um solo por intermédio da linguagem.
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