Os Pataxó frente ao naturalista Maximilian zu Wied-Neuwied
subversão do tempo, retomada da “cultura” e os museus etnográficos
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2316-9133.v28i1p155-183Palabras clave:
Museus etnográficos, Cultura, Pataxó, Naturalistas, Maximilian Zu Wied - NeuwiedResumen
O presente artigo busca descrever este processo de retomada da cultura através da relação que os Pataxó construíram com as linhas do texto de viagem e artefatos obtidos pelo naturalista Maximilian Zu Wied-Neuwied, em especial pelo contato com o livro Viagem ao Brasil e com a sua coleção de artefatos em acervos de museus etnográficos. Argumentamos que enquanto Wied, em 1816, buscou descrever os Pataxó e os outros povos indígenas como naturais, selvagens, em contraposição aos civilizados, num contexto de construção do outro colonizado e inferior na escala evolutiva; os Pataxó, 200 anos depois foram ao encontro de Wied para “retomar sua cultura”, para afirmar, por meio dos escritos e desenhos do naturalista e de peças de museus sua condição de povos contemporâneos e diferenciados: um ato desnaturalizador e, portanto, descolonizador.
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