Frequência de leptospirose em equinos de Manaus e região metropolitana no estado do Amazonas, Brasil

Autores

  • Isadora Karolina Freitas de Sousa Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
  • Rebeca Larissa Castro Silva Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
  • Rejane dos Santos Sousa Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará, Instituto de Estudos do Trópico Úmido
  • Claudia Elisa Martins Vieira Universidade Federal do Amazonas, Programa de Pós-graduação em Ciência Animal
  • Sérgio de Melo Universidade Federal do Oeste do Pará, Programa de Pós-graduação em Sociedade, Natureza e Desenvolvimento
  • Geórgea Portella Quevedo Universidade Federal de Santa Maria, Laboratório de Leptospirose
  • Ana Eucares Von Laer Universidade Federal de Santa Maria, Laboratório de Leptospirose
  • Luciane Teresinha Lovato Universidade Federal de Santa Maria, Laboratório de Leptospirose
  • Alexandre Alberto Tonin Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1678-4456.bjvras.2020.172607

Palavras-chave:

Amazonas, Região metropolitana, Epidemiologia, Equino, Leptospira

Resumo

A ocorrência de leptospirose é significativamente maior no clima tropical do que nas regiões temperadas, especialmente em períodos com altos níveis de chuva. Em cavalos, a leptospirose pode variar de subclínica a assintomática, mas estes animais podem desempenhar um papel importante na transmissão da leptospirose por meio da eliminação do agente no ambiente. Em relação aos cavalos, entre os anos de 2004 e 2013, o rebanho Amazônico aumentou 30%. Assim, o objetivo do estudo foi determinar a prevalência sorológica de leptospirose em cavalos em Manaus e região metropolitana, estado do Amazonas, Brasil, bem como, determinar os principais sorogrupos envolvidos nas infecções desses animais. Para este propósito, entre agosto de 2018 e julho de 2019, foram colhidos soros de 198 cavalos para serem avaliados sorologicamente com o teste de microaglutinação microscópica, utilizando-se um painel de dez sorogrupos. Como resultado, observou-se que 92 cavalos (44,46%) foram positivos para um ou mais sorovares de Leptospira, com maior prevalência dos sorogrupos Icterohaemorrhagiae e Pyrogenes. Portanto, com o aumento do rebanho equino na região e, consequentemente, maior interação entre criadores e animais, a identificação de reagentes para pelo menos um sorovar de Leptospira spp. alerta para a possível existência de reservatórios de cepas patogênicas para outros animais e seres humanos.

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Publicado

2020-12-01

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1.
Sousa IKF de, Silva RLC, Sousa R dos S, Vieira CEM, Melo S de, Quevedo GP, et al. Frequência de leptospirose em equinos de Manaus e região metropolitana no estado do Amazonas, Brasil. Braz. J. Vet. Res. Anim. Sci. [Internet]. 1º de dezembro de 2020 [citado 9º de junho de 2024];57(4):e172607. Disponível em: https://journals.usp.br/bjvras/article/view/172607