Influência do tempo e temperatura de estocagem sobre a microbiota deteriorante do leite cru

Autores

  • Jhennifer Arruda Schmiedt Universidade Federal do Paraná, Laboratório de Inspeção e Controle de Qualidade de Alimentos e Água
  • Leonardo Ereno Tadielo Universidade Federal do Paraná, Laboratório de Inspeção e Controle de Qualidade de Alimentos e Água
  • Thiago Henrique Bellé Universidade Federal do Paraná, Laboratório de Inspeção e Controle de Qualidade de Alimentos e Água
  • Carolina Dias Rodrigues Universidade Federal do Paraná, Laboratório de Inspeção e Controle de Qualidade de Alimentos e Água
  • Maike Tais Maziero Montanhini Universidade Federal do Paraná, Laboratório de Inspeção e Controle de Qualidade de Alimentos e Água
  • Vinicius Cunha Barcellos Universidade Federal do Paraná, Laboratório de Inspeção e Controle de Qualidade de Alimentos e Água
  • Luciano dos Santos Bersot Universidade Federal do Paraná, Laboratório de Inspeção e Controle de Qualidade de Alimentos e Água

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1678-4456.bjvras.2020.156883

Palavras-chave:

Legislação, Mesófilos, Proteolíticos, Psicrotróficos

Resumo

A qualidade do leite cru depende da contaminação microbiana inicial e das condições de armazenamento até o processamento na indústria. Considerando a influência do tempo e da temperatura de armazenamento na microbiota do leite cru, o objetivo deste trabalho foi quantificar e monitorar a multiplicação desses grupos de microrganismos sob diferentes condições. Para tanto, foram coletadas 41 amostras de leite cru imediatamente após a ordenha, armazenadas nas seguintes condições de armazenamento: 25 °C/2 h; 35 °C/2 h; 7 °C/24 h; 7 °C/48 h e 7 °C/60 h para análise de microrganismos psicrotróficos, aeróbios mesófilos, psicrotróficos e proteolíticos. As amostras de leite analisadas no estudo apresentaram uma contagem média inicial de aeróbios mesófilos de 5.38 Log UFC/mL no Tempo Zero. O leite armazenado a 25 °C/2 h e 35 °C/2 h manteve as contagens aeróbias mesófilas dentro dos limites estabelecidos pela legislação (5,48 Log UFC/mL), com aumento nas contagens de microrganismos psicrotróficos e proteolíticos. Quando armazenado a 7 °C/24 h e 7 °C/48 h a contagem de mesófilos excedeu os parâmetros estabelecidos. Um aumento significativo na contagem de psicrotróficos e psicrotróficos proteolíticos também foi observado durante o armazenamento a 7 °C a partir das 24 h. Os resultados deste estudo indicam que a temperatura de 7 °C não é adequada para a conservação do leite, uma vez que não foi capaz de controlar a multiplicação microbiana. Assim, os resultados contribuem para a mudança na temperatura de armazenamento de leite proposta pela nova legislação brasileira.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

Barbano DM, Ma Y, Santos MV. Influence of raw milk quality on fluid milk shelf life. J Dairy Sci. 2006;89(1, Suppl. 1):E159. http://dx.doi.org/10.3168/jds.S0022-0302(06)72360-8. PMid:16527874.

Baur C, Krewinkel M, Kranz B, von Neubeck M, Wenning M, Scherer S, Stoeckel M, Hinrichs J, Stressler T, Fischer L. Quantification of the proteolytic and lipolytic activity of microorganisms isolated from raw milk. Int Dairy J. 2015;49(1):23-9. http://dx.doi.org/10.1016/j.idairyj.2015.04.005.

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Brasil). Instrução normativa n. 62, de 29 de dezembro de 2011. Regulamento Técnico de Produção, Identidade e Qualidade do Leite tipo A, o Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade de Leite Cru Refrigerado, o Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade de Leite Pasteurizado e o Regulamento Técnico da Coleta de Leite Cru Refrigerado e seu Transporte a Granel. Diário Oficial da União: seção 1 [Internet]. Brasília; 2011 dez 30 [cited 2019 Apr 15]. Available from: https://www.apcbrh.com. br/files/IN62.pdf

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Brasil). Instrução normativa n. 31, de 29 de junho de 2018. Diário Oficial da União: seção 1 [Internet]. Brasília; 2018a jul 2 [cited 2019 Apr 15]. Available from: http://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/ id/28166433/do1-2018-07-02-instrucao-normativa-n-31de-29-de-junho-de-2018-28166402

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Brasil). Instrução normativa n. 76, de 26 de novembro de 2018. Diário Oficial da União: seção 1 [Internet]. Brasília; 2018b nov 30 [cited 2019 Apr 15]. Available from: http://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/ content/id/52750137/do1-2018-11-30-instrucao-normativan-76-de-26-de-novembro-de-2018-52749894IN%2076

Downes FP, Ito K. Compendium of methods for the microbiological examination of foods. 4th ed. Washington: American Public Health Association; 2001. http://dx.doi. org/10.2105/9780875531755.

Frank JF, Yousef AE, Frank JF. Tests for groups of microorganisms. In: Frank JF, editor. Standard methods for the examination of dairy products. Washington: American Public Health Association; 2004. Chapter 8.

Laird DT, Gambrel Lenarz SA, Scher FM, Graham E, Reddy R. Microbiological count methods. In: Maturin LJ, editor. Standard methods for the examination of dairy products. Washington: American Public Health Association; 2004. Chapter 6.

McPhee JD, Griffiths MW. Psychrotrophic bacteria Pseudomonas spp. In: Fuquay JW, editor. Encyclopedia of dairy sciences. 2nd ed. San Diego: Academic Press; 2011. p. 379-83. http:// dx.doi.org/10.1016/B978-0-12-374407-4.00441-6.

Murphy SC, Martin NH, Barbano DM, Wiedmann M. Influence of raw milk quality on processed dairy products: how do raw milk quality test results relate to product quality and yield. J Dairy Sci. 2016;99(12):10128-49. http://dx.doi. org/10.3168/jds.2016-11172. PMid:27665134.

Nada S, Ilija D, Igor T, Jelena M, Ruzica G. Implication of food safety measures on microbiological quality of raw and pasteurized milk. Food Control. 2012;25(2):728-31. http:// dx.doi.org/10.1016/j.foodcont.2011.12.022.

O’Connell A, Ruegg PL, Jordan K, O’Brien B, Gleeson D. The effect of storage temperature and duration on the microbial quality of bulk tank milk. J Dairy Sci. 2016;99(5):3367-74. http://dx.doi.org/10.3168/jds.2015-10495. PMid:26947309.

Paludetti LF, Jordan K, Kelly AL, Gleeson D. Evaluating the effect of storage conditions on milk microbiological quality and composition. Ir J Agric Food Res. 2018;57(1):52-62. http://dx.doi.org/10.1515/ijafr-2018-0006.

Perin LM, Moraes PM, Almeida MV, Nero LA. Intereference of storage temperatures in the development of mesophilic, psychrotrophic, lipolytic and proteolytic microbiota of raw milk. Semina: Ciênc Agrár. 2012;33(1):333-42. http://dx.doi. org/10.5433/1679-0359.2012v33n1p333.

Vithanage NR, Dissanayake M, Bolge G, Palombo EA, Yeager TR, Datta N. Microbiological quality of raw milk attributable to prolonged refrigeration conditions. J Dairy Res. 2017;84(1):92-101. http://dx.doi.org/10.1017/ S0022029916000728. PMid:28252354.

Downloads

Publicado

2020-04-24

Edição

Seção

RELATO DE CASO

Dados de financiamento

Como Citar

1.
Schmiedt JA, Tadielo LE, Bellé TH, Rodrigues CD, Montanhini MTM, Barcellos VC, et al. Influência do tempo e temperatura de estocagem sobre a microbiota deteriorante do leite cru. Braz. J. Vet. Res. Anim. Sci. [Internet]. 24º de abril de 2020 [citado 18º de maio de 2024];57(1):e156883. Disponível em: https://journals.usp.br/bjvras/article/view/156883