Conflitos da dinastia Guterres através da sua cronologia

Autores

  • Fernando Campos

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2526-303X.v0i27-28p23-43

Palavras-chave:

Angola, História, Dinastia Guterres

Resumo

O estudo dos conflitos ocorridos no Reino de Jinga durante a Dinastia Guterres não pode dispensar o domínio da cronologia desta Dinastia. Baseado na informação dos historiadores Cadornega, Cavazzi, outros, e ainda na documentação existente nos arquivos de Portugal e Angola, o autor recompõe a série dos Reis de Angola pertencentes à Dinastia Guterres que durante cerca de um século governou em Jinga. Além de proceder à identificação e ordenação desses Reis, o autor procede ao estabelecimento da cronologia dos respectivos reinados, preocupando-se assim em fornecer aos historiadores uma base de apoio que faltava para os seus trabalhos. Por outro lado oferece aos jovens que se debruçarem sobre a história de Angola, uma nomenclatura dinástica que inclui reis de certa época (sécs. XVII / XVIII), de quem ouviram falar em termos confusos ou mesmo de quem nunca ouviram falar. A Dinastia Guterres tem início em 1669 com a eleição do Rei D. João I (D. João Guterres Ngola Kanini), descendente de Ngola Kiluanji I, um rei da proto-história de Angola. O estudo genealógico e cronológico dos reis que se lhe seguiram, foi feito com alguma exaustão pelo autor em textos inéditos que são mencionados. A última Rainha que usou o apelido Guterres foi D. Ana III, falecida em golpe-de-estado em 1767. A partir dessa data passou a haver dois reinados paralelos. O Reino de Jinga fraccionou-se em dois Estados de diferente amplitude, sendo o mais amplo dirigido por D. Francisco II (D. Francisco Kaluete ka Mbandi), sobrinho da falecida Rainha, e o outro Estado, centralizado à volta das Ilhas do Rio Kuanza, dirigido por D. Kamana, filha da mesma Rainha D. Ana III. Os seus reinados terão terminado cerca de 1810, provável data em que foi eleito Rei único de Jinga, o filho de D. Kamana chamado Ndala a Kamana. Este dirigiu o Reino unificado até cerca de 1833. Embora estes últimos citados Reis fossem descendentes de D. João I, já não portavam consigo o apelido Guterres que vinculava aos seus anteriores possuidores a qualidade de se candidatarem à realeza de Angola.

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Publicado

2007-12-09

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

CAMPOS, Fernando. Conflitos da dinastia Guterres através da sua cronologia. África, [S. l.], n. 27-28, p. 23–43, 2007. DOI: 10.11606/issn.2526-303X.v0i27-28p23-43. Disponível em: https://journals.usp.br/africa/article/view/96061.. Acesso em: 3 dez. 2024.