Avaliando um Legado Histórico: Memória Popular e Narrativa Política Atual no Caso de Samora Moisés Machel
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2526-303X.i45pe226944Resumo
О legado de Samora Machel, líder da luta pela independência em Moçambique e primeiro presidente do país entre 1975 e a sua morte em 1986, é composto por dois elementos que se sobrepõem: a forma como ele é lembrado na memória popular moçambicana, em contraste com a análise histórica mais cuidadosa do impacto das políticas dele, tal internas como externas. O artigo argumenta que o conceito de “legado histórico” fica inadequadamente teorizado, e que atores políticos podem deixar legados significativos, mesmo que não sejam geralmente reconhecidos como grandes figuras. No caso especifico de Machel, começamos apresentando citações tiradas de entrevistas jornalísticas nas décadas que se seguiram à morte dele, mostrando que jovens moçambicanos acreditam que ele era autoritário, mas não corrupto. O que muitas vezes permanece não reconhecido é a sua influência duradoura em termos de política social, bem como a forma na qual, por exemplo, a independência do Zimbabué foi alcançada.
Downloads
Referências
ALLAFRICA. “Mozambique: Samora Machel returns to Mozambican banknotes”. allAfrica, 19 jun. 2006. https://tinyurl.com/ycynmxxw.
BADELA, Mono. “Machel the healer”. City Press, 26 October 1986.
BRAGANÇA, Aquino de. “Cabral e Machel são os verdadeiros herdeiros de Marx”. O Jornal, Lisboa. 28 jan. 1983, p.5.
BRAGANÇA, Sílvia de. Aquino de Bragança: batalhas ganhas, sonhos a continuar. Maputo: Ndjira, 2009.
BROWN, Julian (2016) The road to Soweto: resistance and the uprising of 16 June 1976. Auckland Park: Jacana, 2016.
CHARLTON, Michael. The last colony in Africa: diplomacy and the independence of Rhodesia. Oxford: Basil Blackwell, 1990.
CHRISTIE, Iain. Samora: uma biografia. Maputo: Ndjira, 1996.
CITIZEN. “Machel – fiery and charismatic leader”. The Citizen, 21 out. 1986.
CROCKER, Chester. High Noon in southern Africa; making peace in a rough neighbourhood. Joanesburgo: Jonathan Ball, 1994.
CROISSANT, Aurel. “Historical legacies”. In: MERKEL, Wolfgang; KOLLMORGEN, Raj; WAGENER, Hans-Jürgen (org.). The Handbook of Political, Social and Economic Transformation. Novo Iorque: Oxford University Press, 2019, p.515-520.
CRUZ E SILVA, Teresa. “Memória, história e narrativa: os desafios da escrita biográfica no contexto da luta nacionalista em Moçambique”. Revista Crítica de Ciências Sociais, n.106, p. 133-152, 2015. DOI: https://doi.org/10.4000/rccs.5916.
HERALD “Quest for freedom was life’s goal”. The Herald [Harare], 21 out. 1986b.
HERALD. “Guerilla leader who radiated dignity”. The Herald [Harare], 28 out. 1986a.
HERRMANN-PILLATH, Carsten. “China’s transformations in the twentieth century; economic, political and cultural interdependencies”. In: MERKEL, Wolfgang; KOLLMORGEN, Raj; WAGENER, Hans-Jürgen (org.). The Handbook of Political, Social and Economic Transformation. Novo Iorque: Oxford University Press, 2019, p. 293-306.
HONWANA, Alcinda. “Healing for peace: traditional healers and post-war reconstruction in southern Mozambique”. Peace and Conflict, v. 3, n. 3, p. 293-305, 1997.
JOSÉ, Alexandrino. “Moçambique vive crise de liderança”. Savana [Maputo], 3 nov. 1995.
LANGA, Patrício. “As verdades da mentira: do senso comum a eclipse da razão!” B’andhla, 13 nov. 2007. https://tinyurl.com/3n66t4sa.
MACAGNO, Lorenzo. “Lendo Marx pela segunda vez: experiência colonial e a construção da nação em Moçambique”. In: SILIYA, Carlos Jorge (coord.). Samora Machel na memória do povo e do mundo: discursos. Maputo: CPHLLN, 2011, v. 1, p. 217-226.
MAYER, Arno. Why did the heavens not darken? The ‘Final Solution’ in history. Novo Iorque: Pantheon Books, 1988.
MENESES, Maria Paula, “Hidden processes of reconciliation in Mozambique: the entangled histories of truth-seeking commissions held between 1975 and 1982”. Africa Development, v.41, n.4, p. 153-180, 2016.
NEW NATION. “Driving spirit of a nation’s struggle”. New Nation, 21 out. 1986a.
NEW NATION. “His dream: man, a world renewed”. New Nation, 21 out. 1986b.
NGOENHA, Severino. Machel: ícone da 1ª República? Maputo: Ndjira, 2009.
NHANTUMBO, Armando. “Samora um líder autoritário? É ou não é?” Savana [Maputo], 21 Out. 2016.
PITCHER, M. Anne. “Forgetting from above and memory from below: strategies of legitimation and struggle in post-socialist Mozambique”. Africa, v.76, n.1, p. 88-112, 2008.
PÖYSA, Anna; RANTALA, Janne. “Who has the word? M. C. Azagaia’s intervention into past and politics in Mozambique”. In MARTINS, Rosana; CANEVACCI, Massimo (org.). Lusophone hip-hop: who we are and where we are. Identity, urban culture and belonging. Oxford: Sean Kingston Publishing, 2018, p. 222-239.
QOBOZA, Percy. “The noblest of them all”. City Press, 26 out. 1986.
QUEMBO, Carlos. Poder no poder: Operação Produção e a invenção dos improdutivos urbanos no Moçambique socialista, 1983-1988. Maputo: Alcance, 2015.
RANTALA, Janne. “Hidrunisa Samora: invocations of a dead political leader in Maputo rap”. Journal of Southern African Studies, v. 42, n. 6, p. 1161-1177, 2016.
RANTALA, Janne. E-mail aos autores, 11 maio 2023.
REAGAN, Ronald. “Remarks following discussions with president Samora Moisés Machel of Mozambique”. 19 set.1985. https://tinyurl.com/575d2wwy.
ROBINSON, Natasha. “Conceptualising historical legacies for transitional justice history education in postcolonial societies.” History Education Research Journal, v.19 n. 1 2022, p. 1-15.
SOUTO, Amélia. “Memory and identity in the history of Frelimo”. Kronos, n.39 p. 280-296, 2013.
STAR. “The archenemy of racism”. The Star [Joanesburgo], 24 out. 1986.
SUNDAY STAR. “Africa has lost a shining son”. The Sunday Star [Joanesburgo], 26 out. 1986.
TEEGER, Chana. “Collective memory and collective fear: how South Africans use the past to explain crime”. Qualitative Sociology, v. 37, n.1, p. 69-92, 2014.
VELOSO, Jacinto. Mémorias em voo rasante. Maputo: Edição do autor, 2006.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Dr. David Hedges, Dr. Colin Darch

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
A reprodução de qualquer dado, mesmo em resumo, de matéria contida nesta publicação, só será permitida com a citação do nome, número e o ano desta revista.