COMPARAÇÃO ENTRE O CALDO TRIPTOSE-LAURIL E O CALDO LACTOSADO, NA DETERMINAÇÃO DO NÚMERO DE BACTÉRIAS COLIFORMES NAS ÁGUAS DAS PRAIAS DOS MUNICIPIOS DE SANTOS E SÃO VICENTE

Autores

  • Dacio de Almeida Christovão

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2358-792X.v11i1p135-160

Resumo

O emprêgo do caldo triptose-lauril na prova de presunção da pesquisa de coliformes nas águas, tem se demonstrado grandemente vantajoso, por ocasionar a evidenciação de maior número de porções confirmadas e pela economia de tempo e de material que proporciona aos laboratórios de contrôle da potabilidade e balneabilidade de águas, graças à redução do número de provas presuntivas falsas. Êste efeito se deve à propriedade que tem êsse meio de restringir o crescimento de bactérias esporuladas. A priori, devido à pronunciada ação bactericida da água do mar e à resistência maior dos esporos, seria admissível que o uso do caldo triptose-lauril no exame das águas marítimas demonstrasse vantagem ainda maior que a evidenciada no exame das águas doces. Por isso, foi comparada sua eficiência com a do caldo lactosado no exame das águas das praias dos municípios de Santos e São Vicente. Os exames de tôdas as amostras em cada meio foram feitos em duplicata. Foram examinadas, pela inoculação simultânea em ambos os meios, 104 amostras, 36 da praia de Santos, 28 das praias de São Vicente e 40 da Praia Grande. De tôdas, foram inoculadas em cada ensaio presuntivo, 3 porções de cada uma de 4 "diluições". Examinaram-se, portanto, 2.496 porções em cada meio. Os resultados presuntivos positivos (em número de 3.002) foram verificados através da prova de confirmação, realizada em caldo bile-lactose-verde-brilhante. A técnica utilizada obedeceu aos métodos padrões da Associação Americana de Saúde Pública.Os três-primeiros quadros apres~mtam os números de porções positivas obtidas nas provas de presunção e de confirmação. Comparado com o caldo lactosado,o caldo triptose-lauril forneceu 7,6 e 4,9% menos de porções positivas na prova de presunção, lida às 24 e. às 48 h de incubação, respectivamente; porém o número de porções confirmadas também foi menor, menof; 3,6 e 3,E%, partindo-se, respectivamente, das provas presuntivamente positivj},s às 24 e às 48 h. Resultados semelhantes foram observados considerando-se separadamente as águas das praias de Santos, São Vicente e Praia Grande. Analisados os dados pelo total de porções confirmadas - método que tem sido o usual em estudos desta natureza - pareceria justificável concluir-se pelo emprêgo facultativo de qualquer dos dois meios estudados, pois as diferenças, principalmente em Santos; são muito pequenas. Como êsse critério, quando se examina mais de uma "diluição" de cada amostra, está sujeito a êrro tendente a equalizar diferenças, os resultados foram também comparados em termos dos "números mais prováveis", N_M.P., correspondentes ao exame de cada sub-amostra. Os quadros IV, V e VI, respectivamente, apresentaram os N.M.P., por 100 ml, obtidos no exame das águas das praias de Santos, São Vicente e Praia Grande. No quadro VII é apresentada a média geométrica de cada uma dessas séries, achando-se a série da Praia Grande classificada em dois grupos, o da primeira e o da segunda metade da extensão investigada. Através dos N.M.P., as diferenças observadas entre os dois meios de presunção mostraram-se maiores que aquelas verificadas pelos totais de porções positivas. Pode-se concluir que : a) nas águas examinadas, o emprêgo do caldo triptose-lauril não demonstrou, em média, vantagem alguma; b) trouxe, mesmo, diminuição do número de porções confirmadas; examinando-se os resultados através do processo do N.M.P., a inferioridade do caldo triptose-lauril se acenuou; c) a eficiência dêste meio presuntivo, no exame destas águas, parece sofrer a influência de grau ou, possivelmente, da idade da contaminação, porquanto sua inferioridade foi mais acentuada nas águas dos 5 quilômetros da Praia Grande próximos ao ponto onde os esgotos das cidades de Santos e São Vicente eram lançados in natura do que nas águas dos 5 quilômetros seguintes. Somente pesquisas semelhantes em outras águas marítimas poderão revelar se a inferioridade do caldo triptose-lauril, aqui indicada, é normal nos exames de águá de mar ou se é peculiar às águas examinadas.

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Publicado

1957-06-01

Edição

Seção

Não Definida

Como Citar

Christovão, D. de A. (1957). COMPARAÇÃO ENTRE O CALDO TRIPTOSE-LAURIL E O CALDO LACTOSADO, NA DETERMINAÇÃO DO NÚMERO DE BACTÉRIAS COLIFORMES NAS ÁGUAS DAS PRAIAS DOS MUNICIPIOS DE SANTOS E SÃO VICENTE. Arquivos Da Faculdade De Higiene E Saúde Pública Da Universidade De São Paulo, 11(1), 135-160. https://doi.org/10.11606/issn.2358-792X.v11i1p135-160