Análise dos índices de reabilitação para o trabalho nos pacientes amputados na região sul de Santa Catarina no ano de 2011
DOI:
https://doi.org/10.5935/0104-7795.20130030Palavras-chave:
Amputação, Aparelhos Ortopédicos, Reabilitação, Retorno ao TrabalhoResumo
As amputações geram um importante impacto socioeconômico, com perda da capacidade laboral, de socialização e, consequentemente, da qualidade de vida, associando-se à alta morbidade, incapacidade e mortalidade. Dentre as suas etiologias, as secundárias ao trauma representam uma importante fonte de incapacidade e limitação funcional entre adolescentes e adultos jovens. Os objetivos finais da amputação costumam ser a otimização funcional do paciente e a redução do nível de morbidade. Neste momento, o retorno ao trabalho precisa ser francamente incentivado, pois proporciona bem estar, melhora da autoestima e do convívio social, além de dar mais um sentido a vida destes indivíduos. Objetivo: Conhecer o índice de reabilitação para o trabalho nos pacientes amputados acompanhados pelo Instituto Nacional de Seguro Social na Região Sul de Santa Catarina, no ano de 2011, avaliando o índice de retorno ao mercado de trabalho, além de verificar o acesso às próteses disponibilizadas pelo INSS, as principais etiologias das amputações, o sexo e a faixa etária mais comuns. Método: Este estudo foi realizado através da análise dos dados obtidos por prontuários do INSS - Unidade de Criciúma (SC), de pacientes atendidos neste local no ano de 2011. Resultados: A amostra foi composta por 83 cadastros, 74 homens e 9 mulheres, com média de idade de 37,27 anos. Nos prontuários disponíveis, 87,3% apresentavam trauma como etiologia da amputação, 54,3% retiraram o membro esquerdo e 90,4% os membros inferiores. Sessenta pacientes (72,3%) receberam a prótese, porém somente 62,7% adaptaram-se a ela e usaram-na. Treze prontuários (15,7%) relatavam dor fantasma. O retorno ao trabalho foi visualizado em 78% dos casos. Não houve relevância estatística na análise da reinserção trabalhista de acordo com cada variável estudada. Conclusão: Encontramos uma taxa satisfatória de retorno ao trabalho, ato que pode ser atribuído à eficácia do Serviço de Reabilitação do INSS. Outros estudos podem ser realizados para avaliarem o tempo entre a cirurgia e o recebimento da prótese e para analisarem o retorno à atividade profissional anterior ao procedimento. Maiores amostras são necessárias para inferir quais as variáveis mais envolvidas ao retorno ao trabalho.
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