Monitoramento da adesão ao tratamento com lítio

Autores

  • Adriane Ribeiro Rosa Fundação Faculdade Federal de Ciências Médicas de Porto Alegre; programa de pós-graduação em Ciências
  • Flávio Kapczinski Universidade Federal do Rio Grande do Sul; Departamento de Psiquiatria e Medicina Legal; PROTAHBI
  • Renata Oliva FFFCMPA
  • Airton Stein FFFCMPA; Departamento de Medicina Preventiva
  • Helena Maria Tannhauser Barros FFFCMPA; Departamento de Farmacologia

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0101-60832006000500005

Palavras-chave:

Cooperação do paciente, adesão, carbonato de lítio, concentração sérica, lítio hemático

Resumo

CONTEXTO: O lítio é utilizado como medicamento de escolha para o tratamento dos transtornos de humor bipolar. Mostra-se eficaz em reduzir as crises maníacas e depressivas do transtorno do humor bipolar, além de exercer efeito anti-suicida. No entanto, a efetividade do lítio é comprometida pela baixa adesão ao tratamento, por sua vez influenciada por características dos pacientes e pelas características farmacológicas do lítio, que dificultam seu uso. OBJETIVO: Revisar alguns aspectos farmacológicos clínicos do lítio e sua importância para a monitorização terapêutica do lítio, por meio de dosagens e de escalas de auto-relato em português para avaliar a falta de adesão ao lítio. MÉTODO: Foi realizada revisão da literatura básica e clínica sobre lítio disponível em artigos científicos em língua inglesa e portuguesa acessados pelo PUBMED e SCIELO, usando as palavras "lítio", "monitoramento", "cooperação" OU "adesão". RESULTADOS: O lítio é um fármaco de muito baixo índice terapêutico e farmacocinética muito individual, fato que justifica a necessidade de monitorização terapêutica intensiva, por meio de determinação da concentração sérica e hemática. As taxas de adesão ao lítio em pacientes brasileiros que freqüentam os ambulatórios específicos para transtornos bipolares estão entre 60 e 85%, sendo mais elevadas que a de pacientes tratados sem acompanhamento psicoeducativo (adesão em torno de 46%). Os pacientes não aderentes apresentavam um menor nível de conhecimento sobre o lítio e sobre a doença, e mais atitudes negativas dos pacientes ao uso de medicamentos, além de receio dos efeitos adversos. CONCLUSÃO: A monitorização laboratorial e por escalas auxilia na adesão ao tratamento, por auxiliar na individualização terapêutica e ajuste de doses de lítio, além de detectar as interações medicamentosas e as atitudes dos pacientes em relação a sua doença e tratamentos.

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Publicado

2006-01-01

Edição

Seção

Revisões da Literatura

Como Citar

Monitoramento da adesão ao tratamento com lítio . (2006). Archives of Clinical Psychiatry, 33(5), 249-261. https://doi.org/10.1590/S0101-60832006000500005