Diretrizes metodológicas para investigar estados alterados de consciência e experiências anômalas

Autores

  • Alexander Moreira de Almeida FMUSP; Departamento de Psiquiatria
  • Francisco Lotufo Neto FMUSP; Departamento de Psiquiatria

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0101-60832003000100003

Palavras-chave:

Metodologia, Estado alterado de consciência, Espiritualidade, Experiência anômala

Resumo

As experiências anômalas (EA) (vivências incomuns ou que se acredita diferentes do habitual e das explicações usualmente aceitas como realidade: alucinações, sinestesia e vivências interpretadas como telepáticas...) e os estados alterados de consciência (EAC) são descritos em todas as civilizações de todas as eras, constituindo-se elementos importantes na história das sociedades. Apesar disso, têm recebido pouca atenção da comunidade científica, ou são abordados de forma pouco rigorosa. As EA e os EAC podem ser estudados sem que se compartilhem as crenças envolvidas, sendo possível investigá-los enquanto experiências subjetivas e, como tais, correlacionados com quaisquer outros dados. Neste artigo, procurou-se apresentar algumas diretrizes metodológicas para um estudo rigoroso do tema, entre elas: evitar uma abordagem preconceituosa e a "patologização" do diferente, a necessidade de uma teoria e de uma revisão exaustiva da literatura existente, utilizar diversos critérios de normalidade e patologia, investigar populações clínicas e não clínicas, desenvolvimento de instrumentos adequados para avaliação, cuidados na escolha dos termos e no estabelecimento de nexos causais, distinguir entre a experiência vivenciada e suas interpretações, considerar o papel da cultura, avaliar a confiabilidade e a validade dos relatos, por fim, o desafio gerado pela necessidade de criatividade e diversidade na escolha dos métodos.

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Publicado

2003-01-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Diretrizes metodológicas para investigar estados alterados de consciência e experiências anômalas . (2003). Archives of Clinical Psychiatry, 30(1), 21-28. https://doi.org/10.1590/S0101-60832003000100003