Dois artistas, dois retratos: Cohen/Joyce – Um estudo de afinidade

Resumo

O cantor e compositor canadense Leonard Cohen (1934-2016) foi poeta e romancista antes de se tornar mundialmente famoso e parte da contracultura dos anos 1960 e 1970. Seus dois romances, The Favorite Game (1963) e Beautiful Losers (1966), são contribuições significativas para a literatura canadense e para a ficção pós-moderna em geral. O próprio Cohen e alguns comentaristas contemporâneos reivindicaram para esses romances afinidades com a obra de James Joyce, e o presente relato reflete acerca dessa afirmação. O que no progresso do protagonista de Cohen, Lawrence Breavman, de The Favorite Game, ecoa a educação na consciência de Stephen Dedalus de Joyce? Religião, política e sexualidade são presenças enfáticas em ambas as narrativas; arte também, claramente. Mas, seria Um retrato do artista quando jovem de Joyce (1916) simplesmente um modelo para um Künstlerromane autobiográfico posterior, ou seria mais pertinente aqui o exemplo de Joyce como um mestre original da forma? Onde estão os principais pontos de convergência e divergência entre esses dois artistas e suas ficções? Uma tentativa de elucidar algumas respostas pode contribuir para a construção de um consenso inicial sobre o status literário de Cohen – e para a questão da importância contínua de Joyce para as gerações e fases posteriores da produção artística e cultural.