Metacoalizão e os novos papéis de broker: o caso Observatório do Clima

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/0103-2070.ts.2024.220653

Palavras-chave:

Mobilização climática, Políticas de mudança climática, Coalizão, Intermediador, Metacoalizão

Resumo

Este artigo apresenta uma análise da rede Observatório do Clima à luz da categoria-horizonte coalizão de defesa, em particular da categoria intermediador (broker). Foi mobilizado um quadro conceitual-metodológico a partir dos arcabouços teóricos da sociologia da utopia crítica na questão climática e dos estudos de interações socioestatais. A análise interpretativa crítica foi utilizada como estratégia metodológica. Como resultado, é apresentada a proposição de uma nova categoria, a metacoalizão, e de dois papéis complementares, o produtor (de  conhecimento) e o monitor (de políticas públicas), ao quadro conceitual de Gurza Lavalle e von Bülow (2014, 2015). Adicionalmente, é apresentado um novo agente ao cenário analítico como elemento de configuração  estruturador/estruturante dos novos papéis: o agente climático artificial.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Frederico Salmi, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

    Pesquisador do Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (PPGS/UFRGS). Integrante de grupos de pesquisa como Tecnologia, Meio Ambiente e Sociedade  (Temas/UFRGS) e Red de Investigadores sobre Apropiación de Tecnologías Digitales (Riat/Clacso).

  • Monika Dowbor, Universidade Federal de Pelotas

    Professora e pesquisadora da Universidade Federal de Pelotas (UFPEL). Integrante de grupos de pesquisa como Associativismo, Contestação e Engajamento (GPACE/UFRGS) e Núcleo de Democracia e Ação Coletiva do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (NDAC/Cebrap).

  • Lorena Cândido Fleury, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

    Professora e pesquisadora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (PPGS/UFRGS). Integrante de grupos de pesquisa como Tecnologia, Meio Ambiente e Sociedade (Temas/UFRGS) e Associativismo, Contestação e Engajamento (GPACE/UFRGS).

Referências

Alegria, Rosa. (2018), “La utopía brasileña o la colcha de retazos. El largo plazo y la política como obstáculo”. In: Paz, Guillermina Baena (org.). Escenarios futuros para America Latina y el Caribe. Cidade do México, Universidad Nacional Autónoma de México, pp. 191-202. Disponível em http://ciid.politicas.unam.mx/semprospectiva.

Alonso, Angela et al. (2007), “Identidade e estratégia na formação do movimento ambientalista brasileiro”. Novos Estudos Cebrap, 79: 151-167. Disponível em https://doi.org/10.1590/S0101-33002007000300008.

Articulação dos Povos Indígenas do Brasil – Apib. Disponível em https://apiboficial.org, consultado em 01/09/2023.

ATBD (Algorithm Theoretical Basis Document), MapBiomas. Disponível em https://brasil.mapbiomas.org/download-dos-atbds-com-metodo-detalhado/#, consultado em 01/09/2023.

Brulle, Robert J. (2019), “Networks of opposition: A structural analysis of u.s. climate change countermovement coalitions 1989-2015”. Sociological Inquiry, 91 (3): 603-624. Disponível em https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/soin.12333.

Diani, Mario. (2021), “From environmental (movement) organizations to the organizing of environmental collective action”. In: Grasso, Maria & Giugni, Marco (orgs.). The Routledge handbook of environmental movements. Londres, Routledge, pp. 293-309.

El-Ojeili, Chamsy. (2018), “Reflecting on post-fascism: utopia and fear”. Critical Sociology, 45 (7): 1149-1166. Disponível em http://journals.sagepub.com/doi/10.1177/0896920518768867.

El-Ojeili, Chamsy. (2020), The utopian constellation: future-oriented social and political thought today. Cham, Springer International Publishing.

Elliott, Anthony. (2022), Making sense of AI: our algorithmic world. Cambridge, UK; Medford, MA, Polity Press.

Fakebook.eco. Disponível em https://fakebook.eco.br/, consultado em 01/09/2023.

Feldman, M. S. et al. (2004), “Making sense of stories: a rhetorical approach to narrative analysis”. Journal of Public Administration Research and Theory, 14 (2): 147-170. Disponível em https://academic.oup.com/jpart/article-lookup/doi/10.1093/jopart/muh010.

Forno, Francesca & Wahlen, Stefan. (2022), “Environmental activism and everyday life”. In: Grasso, Maria & Giugni, Marco (orgs.). The Routledge handbook of environmental movements. Londres, Routledge, pp. 434-448.

Gênero e Clima. Disponível em https://generoeclima.oc.eco.br/, consultado em 01/09/2023.

Gurza Lavalle, Adrian & Von Bülow, Marisa. (2015), “Institutionalized brokers and collective actors: different types, similar challenges”. In: Rossi, Federico & Von Bülow,

Marisa (orgs.). Social movement dynamics: new perspectives on theory and research from Latin America. Burlington, Routledge, pp. 157-180.

Gurza Lavalle, Adrian & Von Bülow, Marisa. (2014), “Sociedade civil e institucionalização da intermediação: Brokers diferentes, dilemas semelhantes”. Política & Sociedade, 13 (28): 125-165. Disponível em https://doi.org/10.5007/2175-7984.2014v13n28p125.

Gusso, Ramon. (2022), “Análise de redes e associativismos”. In: Szwako, José; Dowbor, Monika & Pereira, Mateus (org.). Métodos em movimento. Rio de Janeiro, Eduerj, pp. 129-168.

IPCC. (2023), Summary for policymakers | Systhesis report of the ipcc sixth assessment report (ipccar6 syr spm). ipcc. Disponível em https://www.ipcc.ch/report/ar6/syr/.

Jacobi, Pedro Roberto. (2000), “Meio ambiente e redes sociais: dimensões intersetoriais e complexidade na articulação de práticas coletivas”. Revista de Administração Pública, 34 (6): 131-158. Disponível em https://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/rap/article/view/6353/4938.

Levitas, Ruth. (2013), Utopia as method. Londres, Palgrave Macmillan UK.

Lofthouse, Jordan K. & Herzberg, Roberta Q. (2023), “The continuing case for a polycentric approach for coping with climate change”. Sustainability, 15 (4): 3770. Disponível em https://www.mdpi.com/2071-1050/15/4/3770.

Lüchmann, Lígia Helena Hahn. (2014), “Abordagens teóricas sobre o associativismo e seus efeitos democráticos”. Revista Brasileira de Ciências Sociais, 29 (85): 159-178. Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-69092014000200011&lng=pt&nrm=iso&tlng=en, consultado em 29/03/2023.

Lynch, Cecelia. (2015), “Critical interpretation and interwar peace movements: challenging dominant narratives”. In: Yanow, Dvora & Schwartz-Shea, Peregrine (orgs.). Interpretation and method: empirical research methods and the interpretive turn. Londres; Nova York, Routledge, pp. 300-308.

MapBiomas. Disponível em https://brasil.mapbiomas.org/, consultado em 01/09/2023.

“Mma exclui informações sobre áreas protegidas de novo site”. Disponível em https://twitter.com/obsclima/status/1604139085408280576, consultado em 01/09/2023.

Moraes, Flávio et al. (2020), “Mudanças climáticas e ciências sociais: uma análise bibliométrica”. Revista V!rus, 1: 1-13. Disponível em http://www.nomads.usp.br/virus/virus20/?sec=4&item=17&lang=pt.

Oc – Observatório do Clima. (maio 2023), Manual interno do Observatório do Clima. Disponível em https://oc.eco.br/wp-content/uploads/2023/07/Manual-Institucional-2023. pdf, consultado em 01/09/2023.

OC – Observatório do Clima. “Nossa história”. Observatório do Clima. Disponível em https://www.oc.eco.br/quem-somos/nossa-historia/, consultado em 01/09/2023.

OC – Observatório do Clima. (2023), Nunca mais outra vez. Observatório do Clima. Disponível em https://www.oc.eco.br/nunca-mais-outra-vez-4-anos-de-desmonte-ambiental-sob-jair-bolsonaro/.

OC – Observatório do Clima. (23 jun. 2020, atualizado 11 mar. 2024). “OC deixa Coalizão Brasil”. Disponível em https://www.oc.eco.br/oc-deixa-coalizao-brasil/, consultado em 01/09/2023.

OC – Observatório do Clima. “Premissas e Princípios”. Disponível em https://www.oc.eco.br/quem-somos/premissas-e-principios/.

Oliveira, Henrique Campos de & Sanches Filho, Alvino. (2022), “Uma breve trajetória dos elementos constitutivos do Advocacy Coalition Framework (ACF)”. Revista de Administração Pública, 56: 632-653. Disponível em https://doi.org/10.1590/0034-761220220049.

Política por Inteiro. Disponível em https://politicaporinteiro.org/monitor-da-reconstrucao/, consultado em 01/09/2023.

Ripberger, Joseph T. et al. (2014), “Cultural theory and the measurement of deep core beliefs within the advocacy coalition framework: Cultural Theory and the measurement of deep core beliefs”. Policy Studies Journal, 42 (4): 509-527. Disponível em https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/psj.12074.

Sabatier, Paul a. (1998), “The advocacy coalition framework: revisions and relevance for Europe”. Journal of European Public Policy, 5 (1): 98-130. Disponível em http://www.tandfonline.com/doi/abs/10.1080/13501768880000051.

Salmi, Frederico. (2023), “planb index: sociological categories for climate policymakers”. Brazilian Political Science Review, 17: 1-38. Disponível em https://doi.org/10.1590/1981-3821202300030001.

Salmi, Frederico. (2022), “Utopias climáticas: Observatório do Clima e Ato pela Terra”. Estudos de Sociologia, 27 (e022031): 1-25. Disponível em https://doi.org/10.52780/res.v27i00.16896.

Salmi, Frederico & Fleury, Lorena Cândido, (2022a), “Mudanças climáticas e Ciências Sociais: análise bibliométrica do campo (2011-2021)”. Bib: Revista Brasileira de Informação Bibliográfica em Ciências Sociais, 1 (97): 1-19. Disponível em https://bibanpocs.emnuvens.com.br/revista/article/view/574/630.

Salmi, Frederico & Fleury, Lorena Cândido, (2022b), “Sociologia da utopia crítica no nexo das mudanças climáticas”. Tramas Y Redes | Clacso, 3: 91-111. Disponível em https://tramasyredes-ojs.clacso.org/ojs/index.php/tyr/article/download/150/59.

Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa – SEEG. Disponível em https://seeg.eco.br/, consultado em 01/09/2023.

“STF começa a julgar ação sobre paralisação do Fundo Amazônia”. (6 out. 2022). Disponível em https://portal.stf.jus.br/noticias/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=495418&ori=1alla, consultado em 01/09/2023.

Szwako, José; Dowbor, Monika & Pereira, Mateus (orgs.). (2022), Métodos em movimento. Rio de Janeiro, Eduerj.

Talanoa. (2022), Reconstrução: 401 atos do Poder Executivo Federal (2019-2022) a serem revogados ou revisados para a reconstituição da agenda climática e ambiental brasileira. Instituto Talanoa.

Weible, Christopher M. et al. (2011), “A quarter century of the advocacy coalition framework: An introduction to the Special Issue: Weible et al.”. Policy Studies Journal, 39 (3): 349-360. Disponível em https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/j.1541-0072.2011.00412.x.

Yanow, Dvora. (2015), “Thinking interpretively: philosophical presuppositions and the human sciences”. In: Yanow, Dvora & Schwartz-Shea, Peregrine (orgs.). Interpretation and method: empirical research methods and the interpretive turn. Londres; Nova York, Routledge, pp. 5-26

Downloads

Publicado

2024-05-15

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Salmi, F., Dowbor, M., & Fleury, L. C. (2024). Metacoalizão e os novos papéis de broker: o caso Observatório do Clima. Tempo Social, 36(1), 239-259. https://doi.org/10.11606/0103-2070.ts.2024.220653