Mobilidades diferenciadas e ilegalidades institucionalizadas: tendências e contradições do trabalho na contemporaneidade
DOI:
https://doi.org/10.11606/0103-2070.ts.2018.138076Palavras-chave:
Mobilidades, Precarização da vida, Migração, Regulação do trabalho, IlegalidadesResumo
Neste artigo discutimos os novos reordenamentos e tendências do capital e do trabalho no que diz respeito às novas formas de organizar o capital, o trabalho, as mobilidades e o controle de ambos, as quais surgiram a partir de mudanças politicas, econômicas, sociais e culturais das ultimas décadas. Argumentamos que, ao destacar as tendências e contradições da mobilidade do capital e do trabalho contemporâneo, focando nas disposições desregulatórias por um lado e regulatórias de outro, podemos evidenciar as mobilidades (e inclusões) diferenciadas e a precarização crescente da vida social contemporânea. Este artigo se baseia, empiricamente, em pesquisas realizadas com trabalhadores no Brasil e com imigrantes brasileiros na Inglaterra no âmbito do Laboratório de Estudos sobre Trabalho, Profissões e Mobilidades da Universidade Federal de São Carlos.
Downloads
Referências
Anderson, Bridget. (2010), “Migration, immigration controls and the fashioning of precarious workers”. Work, Employment and Society, 24 (2): 300-317.
______. (2013), Us and them? The dangerous politics of immigration control. Oxford, Oxford University Press.
Andersson, Ruben. (2014), Illegality, Inc.: clandestine migration and the business of bordering Europe. Oakland, University of California Press.
Bauman, Zygmunt. (2001), Modernidade líquida. Rio de Janeiro, Jorge Zahar.
Beck, Urick et al. (2000), Modernização reflexiva: política, tradição e estética na ordem social moderna. Oeiras, Celta.
Benería, Lourdes. (2001), “Shifting the risk: new employment patterns, informalization, and women’s work”. International Journal of Politics, Culture, and Society, 15 (1): 27-53.
Bonacich, Edna. (1990), “Asian and Latino immigrants in the Los Angeles garment industry: an exploration of the relationship between capitalism and racial oppression”. issr Working Papers in the Social Sciences, 5 (13).
Bourdieu, Pierre. (1987), “The force of law: towards a sociology of the juridical field”. Hastings Law Journal, 38 (5): 814-853.
______. (1998), Contrafogos: táticas para enfrentar a invasão neoliberal. Rio de Janeiro, Jorge Zahar.
______. (2014), On the state: lectures at the Collège de France, 1989-1992. Cambridge, Polity.
Castells, Manuel. (1999), A sociedade em rede: economia, sociedade e cultura. São Paulo, Paz e Terra, vol. 1.
Cohen, Robin. (1987), The new helots. Farnham, Ashgate.
Coriat, Benjamin. (1994). Pensar pelo avesso: o modelo japonês de trabalho e organização. Rio de Janeiro, Editora da ufrj/Revan.
Dardot, Pierre & Laval, Christian. (2016), A nova razão do mundo: ensaio sobre a sociedade neoliberal. São Paulo, Boitempo.
De Genova, Nicholas. (2002), “Migrant ‘illegality’ and deportability in everyday life”. Annual Review of Anthropology, 31: 419-447.
______. (2004). “The legal production of Mexican/migrant ‘illegality’”. Latino Studies, 2 (2):160-185.
______. (2010), “The queer politics of migration: reflections on ‘illegality’ and ‘incorrigibility’”. Studies in Social Justice, 4 (2): 101-126.
De Haas, Hein & Natter, Katharina. (2015). “The determinants of migration policies: does the political orientation of governments matter?”. Imi Working Paper Series, 117.
De Soto, Hernando. (1987), Economia subterrânea: uma análise da realidade peruana. Rio de Janeiro, Globo.
Den Butter, Frank et al. (2007), “The economics of co-ethnic employment: incentives, welfare effects and policy options”. In: Dana, Léo-Paul (org.). Handbook of research on ethnic minority entrepreneurship. Northampton, Edward Elgar, pp. 42-60.
Foucault, Michel. (2008), Nascimento da biopolítica. São Paulo, Martins Fontes.
Gaiger, Luiz Inácio. (2008), “A dimensão empreendedora da economia solidária: notas para um debate necessário”. Otra Economia, 2 (3): 58-72.
Goldberg, David Theo. (2014), Sites of race: conversations with Susan Searls Giroux. Cambridge, Polity.
Gutierrez-Garza, Ana. (2013), The everyday moralities of migrant women: life and labour of Latin American domestic and sex workers in London. Londres, tese de doutorado, London School of Economics and Political Science.
Harvey, David. (1994), Condição pós-moderna. São Paulo, Loyola.
Lima, Jacob Carlos. (2002), As artimanhas da flexibilização: o trabalho terceirizado em cooperativas de produção. São Paulo, Terceira Margem.
______. (2009), “A globalização da precariedade: a informalidade em tempos de trabalho flexível”. In: Navarro, Vera Lúcia & Padilha, Valquíria (orgs.). Retratos do trabalho no Brasil. Uberlândia, Edufu, pp. 37-62.
______. (2013), “Nova informalidade”. In: Ivo, Anete B. L. (coord.). Dicionário temático desenvolvimento e questão social: 81 problemáticas contemporâneas. São Paulo, Annablume, pp. 330-336.
Lima, Jacob Carlos & Martins Jr., Angelo. (2012), “Mobility among Latin American migrants”. Employee Relations, 34 (6): 594-612.
Lima, Jacob Carlos & Oliveira, Daniela Ribeiro. (2017), “Trabalhadores digitais: as novas ocupações no trabalho informacional”. Sociedade e Estado, 32 (1): 115-143.
Lima, Jacob Carlos & Rangel, Felipe. (2015), “La nouvelle informalité et la flexibilité du travail au Brésil”. Sociologie et Sociétés, 47 (1): 47-72.
Long, Katy. (2014), The huddled masses: immigration and inequality. Londres, Thistle.
Martins Jr., Angelo. (2014), Lives in motion: notebooks of an immigrant in London. Copenhagen, Whyte Tracks.
______. (2017), The production and negotiation of difference in a world on the move: Brazilian migration to London. Londres, tese de doutorado, Goldsmiths College, University of London.
Mezzadra, Sandro & Neilson, Brett. (2012), “Between inclusion and exclusion: on the topology of global space and borders”. Theory, Culture and Society, 29 (4/5): 58-75.
O’Brien, Robert T. (2006), “Unemployment and disposable workers in Philadelphia: just how far have the bastards gone?”. Ethnos, 71 (2): 165-190.
Oliveira, Daniela Martins. (2017), “Do fim do trabalho ao trabalho sem fim: o trabalho e a vida dos trabalhadores digitais em home office”. São Carlos, tese de doutorado, Centro de Educação e Ciências Humanas, Universidade Federal de São Carlos.
Ouchi, William. (1985), Teoria Z: como as empresas podem enfrentar o desafio japonês. São Paulo, Nobel.
Piore, Michael. (1979), Birds of passage: migrant labour in industrial societies. Cambridge, Cambridge University Press.
Putnam, Robert. (2000), Bowling alone: the collapse and revival of American community. Nova York, Simon & Schuster.
Rabossi, Fernando. (2008), “En la ruta de las confecciones”. Critica en Desarrollo, 2: 151-171.
Rangel, Felipe. (2015), O trabalho informal no comércio popular: ressignificando práticas na nova cultura do trabalho. São Carlos, dissertação de mestrado, Centro de Educação e Ciências Humanas, Universidade Federal de São Carlos.
Ribeiro, Gustavo Lins. (1998), Goiânia, Califórnia: vulnerabilidade, ambiguidade e cidadania transnacional. Brasília, Departamento de Antropologia, Universidade de Brasília.
Ruhs, Martin & Anderson, Bridget. (2008), “The origins and functions of illegality in migrant labour markets: an analysis of migrants, employers and the state in the uk”. Compas Working Paper, 30.
Sassen, Saskia. (1988), The mobility of labour and capital: a study in international investment and labor flow. Cambridge, Cambridge University Press.
______. (2007), Una sociología de la globalización. Buenos Aires, Katz.
Scott, Lisa-Jo K. van den. (2014), “Beyond the time crunch: new directions in the sociology of time and work”. Sociology Compass, 8 (5): 478-490.
Sennett, Richard. (1999), A corrosão do caráter. Rio de Janeiro, Record.
Seráfico, Marcelo. (2011), “Empreendedorismo”. In: Cattani, Antonio David & Holzmann, Lorena (orgs.). Dicionário de trabalho e tecnologia. Porto Alegre, Zouk, pp. 146-150.
Spickard, Paul (org.). (2013), Multiple identities: migrants, ethnicity, and membership. Bloomington, Indiana University Press.
Telles, Vera. (2006), “Mutações no trabalho e experiência urbana”. Tempo Social, 18 (1):173-195.
United Kingdom. (2007a), Enforcing the rules: a strategy to ensure and enforce compliance with our immigration laws. Londres, Home Office.
______. (2007b), Security in a global hub: establishing the uk’s New Border Arrangements. Londres, Cabinet Office.
Urry, John. (2013), “Sociologia móvel”. In: Lima, Jacob Carlos. Outras sociologias do trabalho: flexibilidades, emoções e mobilidades. São Carlos, Edufscar, pp. 43-72.
Wacquant, Löic. (2002), “From slavery to mass incarceration: rethinking the ‘race question’ in the us”. New Left Review, 13: 41-60.
Willen, Sarah. (2007), “Toward a critical phenomenology of ‘illegality’: state power, criminalization, and abjectivity among undocumented migrant workers in Tel Aviv, Israel”. International Migration, 45 (3): 8-38.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2018 Tempo Social

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.