Perfil socioeconômico de jovens metalúrgicos

Autores

  • Iram Jácome Rodrigues Universidade de São Paulo. Programa de Pós-Graduação em Sociologia
  • Heloisa Helena T. de Souza Martins Universidade de São Paulo. Programa de Pós-Graduação em Sociologia

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0103-20702005000200010

Palavras-chave:

Jovem trabalhador, Indústria automobilística, Sindicalismo, Região do ABC

Resumo

Este artigo analisa os dados de pesquisa realizada com trabalhadores da indústria automobilística na região do ABC, com destaque para aqueles em faixa etária entre 19 e 29 anos, efetuando uma comparação entre o perfil socioeconômico desses jovens metalúrgicos e o de seus colegas de trabalho com 30 anos de idade ou mais. Destacando a heterogeneidade que caracteriza a juventude, os autores mostram as diferenças existentes não só entre os trabalhadores mais jovens e os mais velhos, mas também entre os jovens metalúrgicos e aqueles investigados em pesquisas anteriores. A análise mostrou que, se em determinados aspectos a situação dos jovens trabalhadores em montadoras é melhor do que a de outros jovens inseridos no mercado de trabalho e, em todos os sentidos, superior à dos jovens que permanecem à margem do trabalho, seja como desempregados, seja como subempregados, isso não significa, contudo, que não apresentem insatisfações e temores diante das incertezas do mundo globalizado.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

ALMEIDA, Maria Hermínia Tavares de. (1975), “O sindicato no Brasil: novos problemas, velhas estruturas”. Debate & Crítica, 6, jul., São Paulo.

ANTUNES, Ricardo. (1988), A rebeldia do trabalho. São Paulo, Editora da Unicamp/Ensaio.

ANTUNES, Ricardo. (1991), O novo sindicalismo. São Paulo, Brasil Urgente.

BLASS, Leila. (2001), De volta ao futuro. São Paulo, Edusc/Fapesp/Cortez.

BOITO JÚNIOR, Armando (org.). (1991), O sindicalismo brasileiro nos anos 80. São Paulo, Paz e Terra.

BOURDIEU, Pierre. (1983), “A juventude é apenas uma palavra”. In: Questões de sociologia. Rio de Janeiro, Marco Zero, pp. 112-121.

CANDIDO, Antonio. (1964), Os parceiros do Rio Bonito. Rio de Janeiro, José Olympio.

COMIN, Álvaro Augusto, CARDOSO, Adalberto Moreira & CAMPOS, André Gambier. (1997), “As bases sociais do sindicalismo metalúrgico”. In: ARBIX, Glauco & ZILBOVICIUS, Mauro (orgs.). De JK a FHC: a reinvenção dos carros. São Paulo, Scritta.

CONCEIÇÃO, Jefferson da. (2001), As fábricas do ABC no olho do furacão: a indústria de autopeças e a reestruturação da cadeia de produção automotiva nos anos 90. Dissertação de mestrado, São Caetano do Sul, IMES – Centro Universitário Municipal de São Caetano do Sul.

CORROCHANO, Maria Carla. (2001), Jovens olhares sobre o trabalho: um estudo dos jovens operários e operárias de São Bernardo do Campo. Dissertação de mestrado, Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo.

CORROCHANO, Maria Carla. (2005), Políticas públicas e trajetórias juvenis no mundo do trabalho: um estudo dos jovens egressos do Programa Bolsa Trabalho do município de São Paulo. Primeiro Relatório Científico, Fapesp.

GALVÃO, Andréia. (1996), Participação e fragmentação: a prática sindical dos metalúr-gicos do ABC nos anos 90. Dissertação de mestrado, Campinas, Departamento de Ciência Política da Universidade de Campinas.

GRANDE ABC EM NÚMEROS. São Bernardo, Subseção Dieese-SMABC, mar. 2003.

GUIMARÃES, Nadya Araujo. (2005), “Trabalho: uma categoria-chave no imaginário juvenil?”. In: ABRAMO, Helena W. & BRANCO, Pedro Paulo M. (orgs.). Retratos da juventude brasileira: análises de uma pesquisa nacional. São Paulo, Instituto Cidadania/Fundação Perseu Abramo, pp. 149-174.

KLINK, Jeroen Johannes. (2001), A cidade-região: regionalismo e reestruturação no grande ABC paulista. Rio de Janeiro, DP&A.

MANGABEIRA, Wilma. (1993), Os dilemas do novo sindicalismo. Rio de Janeiro, Relume Dumará/Anpocs.

MANNHEIM, Karl. (1982), “O problema sociológico das gerações”. In: FORACCHI, Marialice M. (org.). Mannheim. São Paulo, Ática (col. Grandes Cientistas Sociais, 25), pp. 67-95.

MARONI, Amnéris. (1982), A estratégia da recusa. São Paulo, Brasiliense.

MARTINS RODRIGUES, Leôncio. (1970), Industrialização e atitudes operárias. São Paulo, Brasiliense.

MARTINS RODRIGUES, Leôncio. (1990a), “Trabalhadores de uma indústria automobilística: perfil social e participação sindical”. In: Partidos e sindicatos. São Paulo, Ática.

MARTINS RODRIGUES, Leôncio. (1990b), CUT: os militantes e a ideologia. São Paulo, Paz e Terra.

NOVAES, Regina R. (2000), “Juventude e participação social: apontamentos sobre a reinvenção da política”. In: ABRAMO, Helena W. et al. (orgs.). Juventude em debate. São Paulo, Cortez/Ação Educativa, pp. 46-69.

MARTINS RODRIGUES, Leôncio. (2005), “Juventude, percepções e comportamentos: a religião faz diferença?”. In: ABRAMO, Helena & BRANCO, Pedro Paulo (orgs.). Retratos da juventude brasileira: análises de uma pesquisa nacional. São Paulo, Instituto Cidadania/Fundação Perseu Abramo, pp. 263-290.

OLIVEIRA, Marco Antonio. (2002), Política trabalhista e relações de trabalho no Brasil: da era Vargas ao governo FHC. Tese de doutorado, Campinas, Instituto de Economia, Universidade de Campinas.

PAIS, José Machado. (2001), Ganchos, tachos e biscates: jovens, trabalho e futuro. Porto, Ambar.

PARANHOS, Kátia Rodrigues. (1999), Era uma vez em São Bernardo. Campinas, Editora da Unicamp.

PARANHOS, Kátia Rodrigues. (2002), Mentes que brilham: sindicalismo e práticas culturais dos metalúrgicos de São Bernardo. Tese de doutorado, Campinas, Departamento de História da Universidade de Campinas.

PONTE DE SOUSA, Janice Tirelli. (1999), Reinvenções da utopia: a militância política de jovens nos anos 90. São Paulo, Hacker Editores/Fapesp.

RAINHO, Luís Flávio & BARGAS, Osvaldo Martines. (1983), As lutas operárias e sindicais dos metalúrgicos em São Bernardo (1977-1979). São Bernardo, Associação Beneficiente e Cultural dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo e Diadema.

RODRIGUES, Iram Jácome. (1990), Comissão de fábrica e trabalhadores na indústria. São Paulo, Cortez/Fase.

RODRIGUES, Iram Jácome. (1997), Sindicalismo e política: a trajetória da CUT. São Paulo, Scritta/Fapesp.

RODRIGUES, Iram Jácome. (2002), “Um laboratório das relações de trabalho: o ABC paulista nos anos 90”. Tempo Social, 14 (1), maio.

RODRIGUES, Iram Jácome. (2005a), “Peculiaridades da ação sindical dos metalúrgicos do ABC”. Revista de Direito do Trabalho. Editora Revista dos Tribunais, 119, jul./set., São Paulo.

RODRIGUES, Karine. (2005b), “Para ONU, jovens estão em risco”. O Estado de S. Paulo, 5 out., p. A20.

SADER, Eder. (1988), Quando novos personagens entraram em cena. São Paulo, Paz e Terra.

SANTANA, Marco Aurélio. (1999), “Política e história em disputa: o ‘novo sindicalismo’ e a idéia de ruptura com o passado”. In: RODRIGUES, Iram Jácome (org.). O Novo Sindicalismo, vinte anos depois. Petrópolis, Vozes/Educ/Unitrabalho.

SOARES, José de Lima. (1998), Sindicalismo no ABC paulista: reestruturação produtiva e parceria. São Paulo, Outubro.

SOUZA, Regina Magalhães de. (2003), Escola e juventude: o aprender a aprender. São Paulo, Educ/Paulus.

SOUZA MARTINS, Heloisa Helena T. de. (1994), Igreja e movimento operário no ABC. São Paulo, Hucitec.

SOUZA MARTINS, Heloisa Helena T. de. (1997), “O jovem no mercado de trabalho”. In: PERALVA, Angelina T. & SPOSITO, Marilia P. (orgs.). Juventude e contemporaneidade. Revista Brasileira de Educação, Anped, n. 5 (maio/jun./jul./ago.) e n. 6 (set./out./nov./dez.), pp. 96-109.

SOUZA MARTINS, Heloisa Helena T. de. (2001), “O processo de reestruturação produtiva e o jovem trabalhador: conhecimento e participação”. Tempo Social, 13 (2): 61-87, nov.

SOUZA MARTINS, Heloisa Helena T. de. (2004), “A difícil transição: análise das trajetórias ocupacionais de jovens operários metalúrgicos”. In: DOWBOR, Ladislau et al. (orgs.). Desafios do trabalho. Petrópolis, Vozes, pp. 169-186.

SPOSITO, Marilia Pontes. (2005), “Algumas reflexões e muitas indagações sobre as relações entre juventude e escola no Brasil”. ABRAMO, Helena W. & BRANCO, Pedro Paulo M. (orgs.). Retratos da juventude brasileira: análises de uma pesquisa nacional. São Paulo, Instituto Cidadania/Fundação Perseu Abramo, pp. 87-127.

TOMIZAKI, Kimi. (2005), Ser metalúrgico no ABC: rupturas e continuidades nas relações intergeracionais da classe trabalhadora. Tese de doutorado, Campinas, Faculdade de Educação da Universidade de Campinas.

VÉRAS DE OLIVEIRA, Roberto. (2002), Sindicalismo e democracia no Brasil: atualizações (do novo sindicalismo ao sindicato cidadão). São Paulo, Departamento de Sociologia da USP.

WATERMAN, Peter. (1999), “A new union model for a new world order”. In: MUNCK, Ronaldo & WATERMAN, Peter. Labour worldwide in the era of globalization. London, Macmillan Press.

Downloads

Publicado

2005-11-01

Edição

Seção

Análises

Como Citar

Rodrigues, I. J., & Martins, H. H. T. de S. (2005). Perfil socioeconômico de jovens metalúrgicos . Tempo Social, 17(2), 221-252. https://doi.org/10.1590/S0103-20702005000200010