Mundialização dos mercados e padrões de qualidade: vinho, o modelo francês em questão

Autores

  • Marie-France Garcia-Parpet Centro de Sociologia Européia na França

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0103-20702004000200006

Palavras-chave:

Mercado, Mundialização, Vinho, Classificações

Resumo

Certos autores chamam a atenção para o fato de que a concorrência entre as empresas tomou a forma de uma competição pelo poder de regulamentação e a imposição de um estilo de produção. Empresas dominantes conseguem criar barreiras à entrada de novos competidores, barreiras essas que podem assumir uma forma jurídica e cultural. Suas estratégias consistem essencialmente em estabilizar as normas de produção que impedem os concorrentes de entrar no mercado. O objetivo deste artigo é compreender, a partir do caso da produção vitícola francesa, como é possível um questionamento dessa estabilização dos mercados. O estudo do mercado do vinho é muito mais interessante porque as inovações tecnológicas, com freqüência na origem das transformações das relações de força nos mercados de produtos industriais, são aqui excluídas em nome de uma institucionalização da raridade, construída sobre a valorização de métodos "tradicionais" e pela delimitação de certas zonas privilegiadas de produção.

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Biografia do Autor

  • Marie-France Garcia-Parpet, Centro de Sociologia Européia na França

    é ex-professora do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais no Rio de Janeiro e atua como pesquisadora do INRA e pesquisadora associada do Centro de Sociologia Européia na França.

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Publicado

2004-11-01

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Garcia-Parpet, M.-F. (2004). Mundialização dos mercados e padrões de qualidade: vinho, o modelo francês em questão . Tempo Social, 16(2), 129-150. https://doi.org/10.1590/S0103-20702004000200006