Pode haver uma ciência psicanalítica sem uma metapsicologia especulativa?

Autores

  • Leopoldo Fulgencio Pontifícia Universidade Católica de Campinas; Programa de Pós-Graduação em Psicologia

DOI:

https://doi.org/10.1590/S1678-31662013000300003

Resumo

Neste artigo pretendo explicitar dois sentidos básicos dados ao termo "metapsicologia" na história da psicanálise: como teoria sobre o desenvolvimento psicoafetivo do ser humano, que considera as determinações inconscientes, e como um conjunto de conceitos auxiliares, que servem como uma superestrutura especulativa teórica da psicanálise. Depois, procurarei mostrar porque é possível afirmar que Winnicott tanto rejeitou como refundou a teoria metapsicológica psicanalítica. Com tal tipo de análise, pode-se esclarecer em que sentido Winnicott usa conceitos abstratos (tais como "necessidade de ser", "tendência inata à integração", "elemento feminino puro", "solidão essencial", dentre outros), mas não conceitos especulativos, uma vez que os primeiros podem ter referentes adequados na realidade fenomênica e os segundos não. Esse tipo de distinção também torna possível recolocar a questão do lugar e da necessidade da teorização metapsicológica no desenvolvimento da psicanálise, colocando, como possibilidade, a construção de uma teoria psicanalítica como sendo uma ciência que não necessita de construções auxiliares especulativas tal como Freud propôs.

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Publicado

2013-01-01

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Pode haver uma ciência psicanalítica sem uma metapsicologia especulativa? . (2013). Scientiae Studia, 11(3), 491-510. https://doi.org/10.1590/S1678-31662013000300003