Modos sensíveis de criação infantil: uma inflexão no processo de medicalização dos cuidados com crianças

Autores/as

  • Alexandra Hernandez
  • Ceres Victora

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0104-12902021200276

Palabras clave:

corpo, emoções, cuidado da criança, individualismo, medicalização

Resumen

O objetivo deste artigo é analisar os discursos e as práticas relacionados aos modos sensíveis de criação infantil e sua articulação com a medicalização dos cuidados com crianças, entendida como um processo pelo qual problemas não médicos passam a ser definidos e tratados como problemas médicos. Esse conjunto variado de práticas de cuidado emerge da crítica à medicalização da infância, sobretudo, aos preceitos cientificistas que regem o exercício de uma “maternidade científica”, visto por seus praticantes como um retorno ao “natural” e “tradicional”. Este trabalho apresenta uma reflexão baseada em pesquisa etnográfica desenvolvida em Porto Alegre/RS, Brasil. A partir das principais controvérsias estabelecidas em torno do choro infantil, argumenta-se que os modos sensíveis de criação infantil, apesar do que as críticas formuladas por seus praticantes levam a pensar, estão mais próximos de certos valores ocidentais modernos e tributários do Romantismo. Conclui-se que esse estilo de criação infantil, mais do que um retorno ao “natural” ou uma desmedicalização, constitui uma inflexão contemporânea no processo de medicalização dos cuidados com crianças.

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Publicado

2021-06-15

Número

Sección

Original research articles

Cómo citar

Hernandez, A., & Victora, C. (2021). Modos sensíveis de criação infantil: uma inflexão no processo de medicalização dos cuidados com crianças. Saúde E Sociedade, 30(1). https://doi.org/10.1590/S0104-12902021200276