Novos Conceitos, Novas Realidades: uma revisão do papel da beleza na formação do turismo escuro
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1984-4867.v27i3p696-713Palavras-chave:
Estética, Conceito de beleza, Turismo escuro, DesastreResumo
Este artigo tem como objetivo discutir o conceito de beleza a partir da teoria estética de Theodor Adorno e da noção de sublime em Kant. O turismo clássico priorizava uma ideia apolínea de beleza, que com o tempo cedeu a formas mórbidas nas quais o sofrimento se transformou no principal atrativo. O produto sol e mar vêm sendo substituído por visitas ao Museu do Holocausto em Auschwitz, ou a lugares atormentados de dor e sofrimento. Neste sentido, é discutida a significação da estética inscrita na filosofia marxista de Adorno, a qual se situa como um campo fértil para compreender o papel que desempenha o espetáculo do desastre nos meios de comunicação. Em segundo lugar, indagamos a maneira pela qual o denominado “turismo escuro” vem sendo trabalhado na literatura acadêmica, seja como tendência sádica de uma sociedade que tem perdido a sensibilidade perante a dor do outro, seja como uma forma de controlar e disciplinar a morte. Se a Escola de Frankfurt e Theodor Adorno se encontravam preocupados com a predominância de valores estéticos em um mundo cada vez mais sensual, não menos verdade é que necessitamos repensar os objetos explorados pelo turismo escuro, os quais são separados da lógica da indústria cultural para abraçar a lógica da emancipação. Assumindo a premissa de que a memória implica liberdade, até que ponto podemos julgar a mensagem que estes lugares de turismo escuro transmitem como verdadeiros ícones da autenticidade? Uma leitura de Adorno não somente nos permite responder a essas perguntas, mas também nos permite elucidar o núcleo perverso do turismo escuro.Downloads
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