My Exposure to Violence: tradução e adaptação transcultural para o português brasileiro
DOI:
https://doi.org/10.11606/s1518-8787.2022056004080Palavras-chave:
Adolescente, Exposição à Violência, Inquéritos e Questionários, Tradução, PsicometriaResumo
OBJETIVO Traduzir e adaptar para português brasileiro o instrumento de aferição de exposição à violência comunitária, My Exposure to Violence. MÉTODOS Estudo psicométrico de tradução e adaptação transcultural em sete etapas: (I) traduções iniciais, (II) síntese das traduções, (III) retrotraduções, (IV) pré-adaptação transcultural, (V) avaliação por comitê de juízes, (VI) pré-teste e (VII) submissão ao autor original. Na etapa V oito juízes avaliaram a equivalência de conteúdo do instrumento, sendo calculado o índice de validade de conteúdo para cada item (IVC-I) e para a média do instrumento (IVC-M), considerando-se um IVC-I ≥ 0,78 como excelente e um IVC-M ≥ 0,80 como aceitável e ≥ 0,90 como excelente. O pré-teste foi realizado com 39 adolescentes matriculados em uma instituição de ensino em Fortaleza, no Ceará, sendo avaliada a compreensibilidade dos itens. RESULTADOS Na etapa I, duas traduções foram produzidas, com poucas diferenças entre si. Estas foram dirimidas na etapa II, gerando a versão síntese (T12). Na etapa III, os itens retrotraduzidos refletiram o mesmo conteúdo dos itens da versão original. Na etapa IV, ocorreu a revisão de T12 pelos autores, que realizaram modificações linguísticas específicas, de modo a facilitar o entendimento. Na etapa V, um item (22) apresentou IVC < 0,78. Devido a pertinência das sugestões, 19 dos 23 itens (82,60%) sofreram modificações. O IVC-M do instrumento foi 0,92. Na etapa VI, a média de idade dos participantes foi de 17,48 anos (DP = 1,27). A versão pré-final teve 21 dos 23 itens (91,30%) totalmente compreendidos por mais de 90% dos participantes. Não foram realizadas alterações na versão final. CONCLUSÕES O My Exposure to Violence foi adaptado transculturalmente para o português brasileiro, tendo sido bem compreendido pela população alvo. Outras propriedades psicométricas, como confiabilidade e validade, devem ser avaliadas em estudos posteriores para fortalecer as evidências da versão traduzida e adaptada.
Referências
Schraiber LB, Barros C, d’Oliveira AFPL, Peres MFT. A Revista de Saúde Pública na produção bibliográfica sobre violência e saúde (1967-2015). Rev Saude Publica 2016;50:63. https://doi.org/10.1590/S1518-8787.2016050000086
Fowler PJ, Tompsett CJ, Braciszewski JM, Jacques-Tiura AJ, Baltes BB. Community violence: a meta-analysis on the effect of exposure and mental health outcomes of children and adolescents. Dev Psychopathol. 2009;21(1):227-59. https://doi.org/10.1017/S0954579409000145
Kennedy TM, Ceballo R. Who, what, when, and where? Toward a dimensional conceptualization of community violence exposure. Rev Gen Psychol. 2014;18(2):69-81. https://doi.org/10.1037/gpr0000005
Assis SG, Avanci JQ, Pesce RP, Ximenes LF. Situação de crianças e adolescentes brasileiros em relação à saúde mental e à violência. Cienc Saude Colet. 2009;14(2):349-61. https://doi.org/10.1590/S1413-81232009000200002
Ximenes LF, Assis SG, Pires TO, Avanci JQ. Violência comunitária e transtorno de estresse pós-traumático em crianças e adolescentes. Psicol Reflex Crit. 2013;26(3):443-50. https://doi.org/10.1590/S0102-79722013000300003
Paula CS, Vedovato MS, Bordin IAS, Barros MGSM, D'Antino MEF, Mercadante MT. Saúde mental e violência entre estudantes da sexta série de um município paulista. Rev Saude Publica. 2008;42(3):524-8. https://doi.org/10.1590/S0034-89102008005000027
Foell A, Pitzer KA, Nebbitt V, Lombe M, Yu M, Villodas ML, et al. Exposure to community violence and depressive symptoms: examining community, family, and peer effects among public housing youth. Health Place. 2021;69:102579. https://doi.org/ 10.1016/j.healthplace.2021.102579
Burgers DE, Drabick DAG. Community violence exposure and generalized anxiety symptoms: does executive functioning serve a moderating role among low income, urban youth? J Abnorm Child Psychol. 2016;44(8):1543-57. https://doi.org/10.1007/s10802-016-0144-x
Nebbitt V, Lombe M, Pitzer KA, Foell A, Enelamah N, Chu Y, et al. Exposure to violence and posttraumatic stress among youth in public housing: do community, family, and peers matter? J Racial Ethn Health Disparities. 2021;8(1):264-74. https://doi.org/10.1007/s40615-020-00780-0
Coleman JN, Farrell AD. The influence of exposure to violence on adolescents’ physical aggression: the protective influence of peers. J Adolesc. 2021;90:53-65. https://doi.org/10.1016/j.adolescence.2021.06.003
Kennedy TM, Ceballo R. Emotionally numb: desensitization to community violence exposure among urban youth. Dev Psychol. 2016;52(5):778-89. https://doi.org/10.1037/dev0000112
Butler O, Yang XF, Laube C, Kühn S, Immordino-Yang MH. Community violence exposure correlates with smaller gray matter volume and lower IQ in urban adolescents. Hum Brain Mapp. 2018;39(5):2088-97. https://doi.org/10.1002/hbm.23988
Saxbe D, Khoddam H, Del Piero L, Stoycos SA, Gimbel SI, Margolin G, et al. Community violence exposure in early adolescence: longitudinal associations with hippocampal and amygdala volume and resting state connectivity. Dev Sci. 2018;21(6):e12686. https://doi.org/10.1111/desc.12686
Zavaschi ML, Benetti S, Polanczyk GV, Solés N, Sanchotene ML. Adolescents exposed to physical violence in the community: a survey in Brazilian public schools. Rev Panam Salud Publica. 2002;12(5):327-32. https://doi.org/10.1590/s1020-49892002001100006
Richters J, Saltzman W. Survey of children’s exposure to community violence: self report version . Bethesda, MD: National Institute of Mental Health; 1990. https://doi.org/10.13140/RG.2.2.13714.04808
Richters JE, Martinez P. The NIMH community violence project: I. Children as victims of and witnesses to violence. Psychiatry. 1993;56(1):7-21. https://doi.org/10.1080 /00332747.1993.11024617
Sbicigo JB, Dell'Aglio DD. Contextual variables associated with psychosocial adjustment of adolescents. Span J Psychol. 2013;16:E11. https://doi.org/10.1017/sjp.2013.20
Silva DG, Dell'Aglio DD. Exposure to domestic and community violence and subjective well-being in adolescents. Paideia (Ribeirão Preto). 2016;26(65):299-305. https://doi.org/10.1590/1982-43272665201603
Dell’Aglio DD, Koller SH, Cerqueira-Santos E, Colaço V. Revisando o Questionário da Juventude Brasileira: uma nova proposta. In: Dell’Aglio DD, Koller SH, coordenadoras. Adolescência e juventude: vulnerabilidade e contextos de proteção. São Paulo: Casa do Psicólogo; 2011. p. 259-70.
Selner-O'Hagan MB, Kindlon DJ, Buka SL, Raudenbush SW, Earls FJ. Assessing exposure to violence in urban youth. J Child Psychol Psychiatry. 1998;39(2):215-24. https://doi.org/10.1111/1469-7610.00315
Brennan RT, Molnar BE, Earls F. Refining the measurement of exposure to violence (ETV) in urban youth. J Community Psychol. 2007;35(5):603-18. https://doi.org/10.1002/jcop.20167
Jain S, Buka SL, Subramanian SV, Molnar BE. Protective factors for youth exposed to violence: role of developmental assets in building emotional resilience. Youth Violence Juv Justice. 2012;10(1):107-29. https://doi.org/10.1177/1541204011424735
Haj-Yahia MM, Leshem B, Guterman N. Exposure to community violence among Arab youth in Israel: rates and characteristics. J Community Psychol. 2011;39(2):136-51. https://doi.org/10.1002/jcop.20423
Salhi C, Scoglio AAJ, Ellis H, Issa O, Lincoln A. The relationship of pre-and post-resettlement violence exposure to mental health among refugees: a multi-site panel survey of Somalis in the US and Canada. Soc Psychiatry Psychiatr Epidemiol. 2021;56(6):1015-23. https://doi.org/10.1007/s00127-020-02010-8
Beaton D, Bombardier C, Guillemin F, Ferraz MB. Recommendations for the cross-cultural adaptation of the DASH & QuickDASH outcome measures. Toronto (CA): Institute for Work & Health; 2007 [citado 26 jun 2021]. Disponível em: https://dash.iwh.on.ca/sites/dash/files/downloads/cross_cultural_adaptation_2007.pdf
Guillemin F, Bombardier C, Beaton D. Cross-cultural adaptation of health-related quality of life measures: literature review and proposed guidelines. J Clin Epidemiol. 1993;46(12):1417-32. https://doi.org/10.1016/0895-4356(93)90142-N
Alexandre NMC, Coluci MZO. Validade de conteúdo nos processos de construção e adaptação de instrumentos de medidas. Cienc Saude Colet. 2011;16(7):3061-8. https://doi.org/10.1590/S1413-81232011000800006
Polit DF, Beck CT, Owen SV. Is the CVI an acceptable indicator of content validity? Appraisal and recommendations. Res Nurs Health. 2007;30(4):459-67. https://doi.org/10.1002/nur.20199
Sousa VD, Rojjanasrirat W. Translation, adaptation and validation of instruments or scales for use in cross‐cultural health care research: a clear and user‐friendly guideline. J Eval Clin Pract. 2011;17(2):268-74. https://doi.org/10.1111/j.1365-2753.2010.01434.x
Lino CRM, Brüggemann OM, Souza ML, Barbosa SFF, Santos EKA. Adaptação transcultural de instrumentos de pesquisa conduzida pela enfermagem do Brasil: uma revisão integrativa. Texto Contexto Enferm. 2017;26(4):e1730017. https://doi.org/10.1590/0104-07072017001730017
Arafat S, Chowdhury HR, Qusar M, Hafez MA. Cross cultural adaptation and psychometric validation of research instruments: a methodological review. J Behav Health. 2016;5(3):129-36. https://doi.org/10.5455/jbh.20160615121755
Borsa JC, Damásio BF, Bandeira DR. Adaptação e validação de instrumentos psicológicos entre culturas: algumas considerações. Paidéia (Ribeirão Preto). 2012;22(53):423-32. https://doi.org/10.1590/S0103-863X2012000300014
Sperber AD. Translation and validation of study instruments for cross-cultural research. Gastroenterology. 2004;126 Suppl 1:S124-8. https://doi.org/10.1053/j.gastro.2003.10.016
Rolstad S, Adler J, Rydén A. Response burden and questionnaire length: is shorter better? A review and meta-analysis. Value Health. 2011;14(8):1101-8. https://doi.org/10.1016/j.jval.2011.06.003
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Marcos Clint Leal de Carvalho, Raimunda Hermelinda Maia Macena
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.