Leishmaniose visceral em humanos e relação com medidas de controle vetorial e canino
DOI:
https://doi.org/10.11606/S1518-8787.2018052000381Palavras-chave:
Leishmaniose Visceral, prevenção & controle, Cães, parasitologia, Eutanásia Animal, Análise EspacialResumo
OBJETIVO: Estimar a cobertura das atividades de controle da leishmaniose visceral e relacioná-las com a ocorrência de leishmaniose visceral em humanos em área urbana endêmica. MÉTODOS: Foram considerados como população de estudo os casos de leishmaniose visceral em humanos e em cães avaliados por inquérito sorológico censitário realizado em Araçatuba, SP, de 2007 a 2015. Os casos de leishmaniose visceral em humanos foram geocodificados pelo endereço de residência dos pacientes e, os cães, pelo endereço de residências dos respectivos tutores. Foram calculadas as coberturas do inquérito sorológico, da eutanásia e de borrifação de inseticida, as soroprevalências caninas e as taxas de incidência de leishmaniose visceral em humanos. A relação entre a leishmaniose visceral em humanos e as medidas de controle, bem como a soroprevalência foram avaliadas por comparação de mapas e por meio de regressão linear. A relação entre a doença canina e a humana também foi avaliada por meio da função K de Ripley. RESULTADOS: As taxas de incidência de leishmaniose visceral em humanos apresentaram um período de declínio (2007 a 2009) e um período de estabilidade (2010 a 2015), comportamento semelhante ao das soroprevalências caninas. Em geral, a cobertura das medidas de controle foi baixa e a não associação com a incidência de leishmaniose visceral em humanos pode ser consequência do período analisado e do número pequeno de unidades analisadas (setores da Superintendência de Controle de Endemias). A distribuição dos casos humanos apresentou dependência espacial com a distribuição dos cães soropositivos de 2007 a 2009. CONCLUSÕES: Este trabalho reafirmou a relação entre a ocorrência da doença no homem e no cão, verificou a diminuição das taxas de leishmaniose visceral em humanos e em cães em Araçatuba ao longo do tempo, mesmo em baixa cobertura das atividades de controle. Entretanto, novos estudos são necessários para averiguar se fatores além das atividades de vigilância e controle estariam envolvidos na diminuição das incidências.