Leishmaniose visceral em humanos e relação com medidas de controle vetorial e canino

Autores

  • Danielle Nunes Carneiro Castro Costa Universidade de São Paulo. Faculdade de Saúde Pública
  • Patricia Marques Moralejo Bermudi Bermudi Universidade de São Paulo. Faculdade de Saúde Pública
  • Lilian Aparecida Colebrusco Rodas Superintendência de Controle de Endemias
  • Caris Maroni Nunes Universidade Estadual Paulista. Faculdade de Medicina Veterinária de Araçatuba
  • Roberto Mitsuyoshi Hiramoto Instituto Adolfo Lutz. Núcleo de Parasitoses Sistêmicas
  • José Eduardo Tolezano Instituto Adolfo Lutz. Núcleo de Parasitoses Sistêmicas
  • Rafael Silva Cipriano Prefeitura Municipal de Araçatuba. Secretaria Municipal de Saúde. Centro de Controle de Zoonoses
  • Graziela Cândido Diniz Cardoso Prefeitura Municipal de Araçatuba. Secretaria Municipal de Saúde. Centro de Controle de Zoonoses
  • Cláudia Torres Codeço Fundação Oswaldo Cruz
  • Francisco Chiaravalloti-Neto Universidade de São Paulo. Faculdade de Saúde Pública

DOI:

https://doi.org/10.11606/S1518-8787.2018052000381

Palavras-chave:

Leishmaniose Visceral, prevenção & controle, Cães, parasitologia, Eutanásia Animal, Análise Espacial

Resumo

OBJETIVO: Estimar a cobertura das atividades de controle da leishmaniose visceral e relacioná-las com a ocorrência de leishmaniose visceral em humanos em área urbana endêmica. MÉTODOS: Foram considerados como população de estudo os casos de leishmaniose visceral em humanos e em cães avaliados por inquérito sorológico censitário realizado em Araçatuba, SP, de 2007 a 2015. Os casos de leishmaniose visceral em humanos foram geocodificados pelo endereço de residência dos pacientes e, os cães, pelo endereço de residências dos respectivos tutores. Foram calculadas as coberturas do inquérito sorológico, da eutanásia e de borrifação de inseticida, as soroprevalências caninas e as taxas de incidência de leishmaniose visceral em humanos. A relação entre a leishmaniose visceral em humanos e as medidas de controle, bem como a soroprevalência foram avaliadas por comparação de mapas e por meio de regressão linear. A relação entre a doença canina e a humana também foi avaliada por meio da função K de Ripley. RESULTADOS: As taxas de incidência de leishmaniose visceral em humanos apresentaram um período de declínio (2007 a 2009) e um período de estabilidade (2010 a 2015), comportamento semelhante ao das soroprevalências caninas. Em geral, a cobertura das medidas de controle foi baixa e a não associação com a incidência de leishmaniose visceral em humanos pode ser consequência do período analisado e do número pequeno de unidades analisadas (setores da Superintendência de Controle de Endemias). A distribuição dos casos humanos apresentou dependência espacial com a distribuição dos cães soropositivos de 2007 a 2009. CONCLUSÕES: Este trabalho reafirmou a relação entre a ocorrência da doença no homem e no cão, verificou a diminuição das taxas de leishmaniose visceral em humanos e em cães em Araçatuba ao longo do tempo, mesmo em baixa cobertura das atividades de controle. Entretanto, novos estudos são necessários para averiguar se fatores além das atividades de vigilância e controle estariam envolvidos na diminuição das incidências.

Publicado

2018-11-14

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Costa, D. N. C. C., Bermudi, P. M. M. B., Rodas, L. A. C., Nunes, C. M., Hiramoto, R. M., Tolezano, J. E., Cipriano, R. S., Cardoso, G. C. D., Codeço, C. T., & Chiaravalloti-Neto, F. (2018). Leishmaniose visceral em humanos e relação com medidas de controle vetorial e canino. Revista De Saúde Pública, 52, 92. https://doi.org/10.11606/S1518-8787.2018052000381