Incentivos e barreiras ao teste de HIV entre mulheres profissionais do sexo no Ceará

Autores

  • Telma Alves Martins Secretaria de Saúde do Estado do Ceará. Coordenadoria de Promoção e Proteção à Saúde. Núcleo de Vigilância Epidemiológica
  • Ligia Kerr Universidade Federal do Ceará. Faculdade de Medicina. Departamento de Saúde Comunitária
  • Raimunda Hermelinda Maia Macena Universidade Federal do Ceará. Faculdade de Medicina. Curso de Fisioterapia
  • Rosa Salani Mota Universidade Federal do Ceará. Departamento de Estatística e Matemática Aplicada
  • Inês Dourado Universidade Federal da Bahia. Instituto de Saúde Coletiva
  • Ana Maria de Brito Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Aggeu Magalhães
  • Laetitia Atlani-Dualt Institut de Recherche pour le Développement
  • Laurent Vidal Institut de Recherche pour le Développement
  • Carl Kendall Tulane School of Public Health and Tropical Medicine. Global Community Health and Behavioral Sciences

DOI:

https://doi.org/10.11606/S1518-8787.2018052000300

Palavras-chave:

Profissionais do Sexo. Soroprevalência de HIV. Conhecimentos, Atitudes e Prática em Saúde. Sexo sem Proteção, prevenção & controle. Fatores de Risco. Infecções por HIV, prevenção & controle.

Resumo

OBJETIVO: Estimar a prevalência do HIV e descrever os incentivos e barreiras à realização do teste para o HIV entre mulheres profissionais do sexo. MÉTODOS: Este estudo transversal recrutou 402 mulheres de 18 anos ou mais, residentes em Fortaleza, CE, que informaram ter tido relação sexual em troca de dinheiro nos últimos quatro meses. A amostra foi recrutada por meio da técnica Respondent Driven Sampling, entre agosto e novembro de 2010. RESULTADOS: A adesão ao teste de HIV foi de 84,1% e a prevalência estimada da infecção pelo HIV foi de 3,8%. A amostra era jovem (25 a 39 anos), solteira (80,0%), com um a três filhos (83,6 %), tinham oito anos ou mais de estudo (65,7%) e pertencia às classes sociais D/E (53,1%). A maioria exercia a profissão em locais fechados (bares, motéis, hotéis, sauna – 88,9%), e a prostituição era a única fonte de renda (54,1%). Cerca de 25% da amostra desconhecia onde o teste de HIV era realizado na rede pública e 51,8% nunca fez o teste ou se testou há um ano ou mais. As principais barreiras ao teste foram acreditar que não corre risco de se infectar (24,1%) e o medo da discriminação caso o teste fosse reagente (20,5%). Os incentivos foram relacionados à maior oferta de locais para o teste (57,0%) e de unidades de saúde com horários alternativos (44,2%). CONCLUSÕES: A prevalência foi semelhante à encontrada em outras cidades brasileiras de diferentes regiões do país, apesar de superiores a de mulheres não profissionais do sexo. A disponibilidade do teste em locais não relacionados à saúde e a oferta nas unidades básicas em horário não comercial são fatores que incentivam a realização do teste. Não se considerar sob-risco, medo de ser discriminada e desconhecimento dos locais onde o teste é realizado podem ser uma barreira para a realização do exame.

Publicado

2018-06-22

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Martins, T. A., Kerr, L., Macena, R. H. M., Mota, R. S., Dourado, I., Brito, A. M. de, Atlani-Dualt, L., Vidal, L., & Kendall, C. (2018). Incentivos e barreiras ao teste de HIV entre mulheres profissionais do sexo no Ceará. Revista De Saúde Pública, 52, 64. https://doi.org/10.11606/S1518-8787.2018052000300