Incentivos e barreiras ao teste de HIV entre mulheres profissionais do sexo no Ceará
DOI:
https://doi.org/10.11606/S1518-8787.2018052000300Palavras-chave:
Profissionais do Sexo. Soroprevalência de HIV. Conhecimentos, Atitudes e Prática em Saúde. Sexo sem Proteção, prevenção & controle. Fatores de Risco. Infecções por HIV, prevenção & controle.Resumo
OBJETIVO: Estimar a prevalência do HIV e descrever os incentivos e barreiras à realização do teste para o HIV entre mulheres profissionais do sexo. MÉTODOS: Este estudo transversal recrutou 402 mulheres de 18 anos ou mais, residentes em Fortaleza, CE, que informaram ter tido relação sexual em troca de dinheiro nos últimos quatro meses. A amostra foi recrutada por meio da técnica Respondent Driven Sampling, entre agosto e novembro de 2010. RESULTADOS: A adesão ao teste de HIV foi de 84,1% e a prevalência estimada da infecção pelo HIV foi de 3,8%. A amostra era jovem (25 a 39 anos), solteira (80,0%), com um a três filhos (83,6 %), tinham oito anos ou mais de estudo (65,7%) e pertencia às classes sociais D/E (53,1%). A maioria exercia a profissão em locais fechados (bares, motéis, hotéis, sauna – 88,9%), e a prostituição era a única fonte de renda (54,1%). Cerca de 25% da amostra desconhecia onde o teste de HIV era realizado na rede pública e 51,8% nunca fez o teste ou se testou há um ano ou mais. As principais barreiras ao teste foram acreditar que não corre risco de se infectar (24,1%) e o medo da discriminação caso o teste fosse reagente (20,5%). Os incentivos foram relacionados à maior oferta de locais para o teste (57,0%) e de unidades de saúde com horários alternativos (44,2%). CONCLUSÕES: A prevalência foi semelhante à encontrada em outras cidades brasileiras de diferentes regiões do país, apesar de superiores a de mulheres não profissionais do sexo. A disponibilidade do teste em locais não relacionados à saúde e a oferta nas unidades básicas em horário não comercial são fatores que incentivam a realização do teste. Não se considerar sob-risco, medo de ser discriminada e desconhecimento dos locais onde o teste é realizado podem ser uma barreira para a realização do exame.Downloads
Publicado
2018-06-22
Edição
Seção
Artigos Originais
Licença
Copyright (c) 2018 Revista de Saúde Pública
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Como Citar
Martins, T. A., Kerr, L., Macena, R. H. M., Mota, R. S., Dourado, I., Brito, A. M. de, Atlani-Dualt, L., Vidal, L., & Kendall, C. (2018). Incentivos e barreiras ao teste de HIV entre mulheres profissionais do sexo no Ceará. Revista De Saúde Pública, 52, 64. https://doi.org/10.11606/S1518-8787.2018052000300