Validade das perguntas sobre atividades da vida diária para rastrear dependência em idosos

Autores

  • Monica Rebouças Universidade Federal de São Paulo; Escola Paulista de Medicina
  • João Macedo Coelho-Filho Universidade Federal do Ceará; Faculdade de Medicina; Departamento de Medicina Clínica
  • Renato Peixoto Veras Universidade do Estado do Rio de Janeiro; Universidade Aberta da Terceira Idade
  • Maria Fernanda Lima-Costa Universidade Federal de Minas Gerais; Fundação Oswaldo Cruz; Centro de Pesquisa René Rachou
  • Luiz Roberto Ramos Universidade Federal de São Paulo; Escola Paulista de Medicina; Departamento de Medicina Preventiva

DOI:

https://doi.org/10.11606/s1518-8787.2017051006959

Palavras-chave:

Idoso, Atividades Cotidianas, Vida Independente, Autoavaliação Diagnóstica, Inquéritos e Questionários, utilização, Estudos de Validação

Resumo

OBJETIVO Determinar a validade de critério das atividades de vida diária constantes em questionários de funcionalidade em idosos para inquéritos populacionais e identificar quais atividades são válidas para quantificar a necessidade real de ajuda diária dessa população. MÉTODOS Amostra populacional de idosos estratificada por níveis de funcionalidade, segundo a autopercepção de dependência nas atividades de vida diária. Autopercepção foi comparada com o padrão ouro – observação direta no domicílio dos idosos nessas atividades por profissional treinado e cego para respostas no questionário. Na visita decidiu-se, para efeito da pesquisa, se o idoso precisava de ajuda para realizar alguma das atividades de vida diária. A sensibilidade de cada atividade de vida diária foi maior quando a autoavaliação de que não havia necessidade de ajuda coincidiu com a avaliação do profissional. A especificidade indica coincidência quanto à necessidade de ajuda na atividades de vida diária – coeficientes de sensibilidade e especificidade acima de 70% foram considerados indicativos de boa validade. RESULTADOS As autoavaliações mostraram sensibilidade melhor que especificidade – idosos e observadores concordaram mais quanto à independência do que quanto à dependência cotidiana. Todas as atividades mostraram sensibilidade acima de 70%. Algumas atividades tiveram uma especificidade baixa (fazer compras: 55%) ou muito baixa (pentear os cabelos: 33%). As melhores especificidades foram tomar banho e vestir-se (95,8% ambas), entre as pessoais, e utilizar transporte e realizar movimento bancário (ambas com 78%), entre as instrumentais. CONCLUSÕES Atividades de vida diária podem ser indicadores válidos de dependência funcional. Os melhores coeficientes de validade em geral foram obtidos pelas atividades pessoais. Destacam-se algumas atividades com boas sensibilidades e especificidades – andar 100 metros, tomar banho e levantar/deitar na cama – que podem servir para classificar os idosos em baixa, média e alta necessidade de ajuda dependendo das atividades afetadas e, dessa forma, auxiliar no planejamento dos serviços de saúde voltados aos idosos.

Publicado

2017-01-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Rebouças, M., Coelho-Filho, J. M., Veras, R. P., Lima-Costa, M. F., & Ramos, L. R. (2017). Validade das perguntas sobre atividades da vida diária para rastrear dependência em idosos. Revista De Saúde Pública, 51, 84. https://doi.org/10.11606/s1518-8787.2017051006959