Educação preventiva e promoção da saúde na escola: desafios para orientação sexual em São Paulo
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2237-1095.v7p106-125Resumo
Considerando-se a escassa produção científica sobre orientação sexual em redes de ensino, investigou-se os programas implementados pela Secretaria Municipal de Educação de São Paulo, nos anos de 2001 a 2006. O artigo objetiva identificar as concepções e dificuldades dos diretores e coordenadores pedagógicos no desenvolvimento das ações de orientação sexual na rede pública de ensino. No período investigado, três projetos destacaram-se pela duração e forte presença na rede escolar, constituindo um cenário privilegiado para o estudo da educação preventiva e da promoção da saúde entre adolescentes. Realizou-se um estudo descritivo-retrospectivo, de abordagem qualitativa, com oito informantes-chave que foram entrevistados em profundidade. As principais categorias de análise foram: ações pontuais na disciplina de Ciências; pouco poder, baixa legitimidade e resistência dos professores; avanços percebidos; fragilidades na avaliação; alta rotatividade dos educadores; e, descontinuidade dos projetos. A análise evidenciou dificuldades estruturais e pedagógicas. As ações frequentemente dependeram do interesse pessoal dos profissionais em detrimento de um projeto coletivo. Com a mudança da gestão, houve descontinuidade dos projetos nas escolas. O estudo subsidia o campo da educação preventiva e da promoção da saúde, respaldando o saber-fazer dos educadores e indica caminhos para a superação das lacunas na instituição escolar.
Palavras chave: Políticas públicas; Educação em saúde; Educação sexual; Desenvolvimento de programas; Promoção da saúde.
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