Composição e reencantamento do mundo
DOI:
https://doi.org/10.11606/rm.v24i2.224964Palavras-chave:
tradições não-ocidentais, processos criativos contemporâneos, músicas do mundo, racionalização, Max WeberResumo
A abertura para as músicas do mundo foi uma, dentre tantas, vias de saída para as crises ou inquietações modernistas do início do século XX, e por sua vez deve ser problematizada com a seguinte questão: será que essa tendência de absorção das world musics não foi só uma maneira dos compositores continuarem sendo precisamente ocidentais em sua “tradição de ruptura”, na qual novos materiais apropriados são o combustível para outras inovações, com uma atitude ainda colonialista e não transformadora? Tratamos de refletir, a partir de um ensaio, sobre essa questão neste trabalho colocando as noções de racionalidade e intuição no centro da discussão, tendo a obra de Max Weber, e seus intérpretes, como principal fonte de orientação metodológica e lanterna que ilumina o caminho torto à resposta.
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