Carta para Eunice Katunda: diálogo sobre um instrumento de uma corda só
DOI:
https://doi.org/10.11606/rm.v23i2.214513Palavras-chave:
Berimbau, Capoeira, Decolonialidade, Eunice KatundaResumo
Em 1952 a pianista, compositora, regente e arranjadora, Eunice Katunda (1915 – 1990), publicou, na Revista Fundamentos, o texto “Capoeira no Terreiro de Mestre Waldemar”, em que narra suas impressões sobre essa arte negra, com atenção aos seus aspectos musicais e com aguçada crítica ao pensamento elitista de que nas culturas populares não há criação artística. Tendo em vista a importância de se divulgar a história e o pensamento de mulheres musicistas, como forma de reparar a injustiça histórica da invisibilização deste gênero, escrevemos uma carta para Eunice Katunda, utilizando a licença poética do campo da arte, para discutir aspectos por ela apontados no referido texto, sobretudo a ideia de que o berimbau seria um “instrumento musical limitado”.
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