O que um Lied de Schoenberg pode nos ensinar sobre uma Sonata de Santoro?
DOI:
https://doi.org/10.11606/rm.v21i2.193558Palavras-chave:
Música dodecafônica, Análise serial, Atonalismo, Canções de Schoenberg, Sonatas de SantoroResumo
A análise da canção Sommermüg Op. 48 No 1 de Arnold Schoenberg nos mostra que as técnicas dodecafônicas empregadas pelo compositor, no período em que o método já tinha atingido sua maturidade, exibem uma variedade bem maior de estratégias composicionais do que nos ensinam os manuais. A segmentação da série em conjuntos com funções complementares de contraponto melódico e sustentação harmônica é uma delas. Sua busca por construções simétricas é outra preocupação a que se dá menos atenção do que ele teria desejado.
A análise de Schoenberg nos propiciou revisitar a Sonata 1942 para piano de Claudio Santoro, uma das obras pioneiras do estilo dodecafônico na música brasileira. O exame detalhado da técnica usada na obra revela um compositor jovem já no domínio completo do método dodecafônico, o que nos levou a cogitar os motivos que induziram nossa musicologia a acusá-lo de desconhecer ou desconsiderar a ortodoxia do estilo. Concluímos que, entre outras razões, essa crítica indevida se deveu a uma preferência da Academia pelo estilo de Webern, um autor que àquela altura não poderia ter servido de modelo a Santoro.
Downloads
Referências
ANTOKOLETZ, Elliot. Twentieth-Century Music. New Jersey: Prentice-Hall, 1992.
BABBITT, Milton. “Twelve-Tone Invariants as Compositional Determinants”. Musical Quaterly 46, p. 246, 1960.
CAPLIN, William. Classical Form. New York: Oxford University Press, 2000.
EIMERT, Herbert. ¿Qué es la Música Dodecafónica? Buenos Aires: Nueva Visión, 1952/1973.
GADO, Adriano Braz. “O Serialismo na Sonata 1942 de Cláudio Santoro: Movimento Lento”. Revista Eletrônica de Musicologia, v. 13, p. 1, 2010.
HAIMO, Ethan. Schoenberg’s Transformation of Musical Language. Cambridge: Cambridge University Press, 2006.
HEPOKOSKI, James. Elements of Sonata Theory. New York: Oxford Univerity Press, 2006.
KRENEK, Ernst. Studies in Counterpoint. New York: Schirmer, 1940.
KRENEK, Ernst. “Extents and Limits of Serial techniques”. The Musical Quaterly. Vol. 46, No. 2, p. 210, 1960.
LABORDA, Jose García. Forma y Estructura en la Música del Siglo XX: uma aproximación analítica. Madrid: Alpuerto, 1996.
LARSEN, Juliane Cristina. A Forma Sonata em Três Obras Inaugurais: diálogos da nova música de Berg, Schoenberg e Santoro com a tradição. Prof. Dr. Rodolfo Coelho de Souza (orientador). Dissertação (Mestrado em Música) – Escola de Comunicações e Artes, Universidade de São Paulo, São Paulo: 2010.
LESTER, Joel. Analytic Approaches to Twentieth-Century Music. New York: Norton, 1989.
MARIZ, Vasco. Cláudio Santoro. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1994.
MENDES, Sérgio Nogueira. “Cláudio Santoro: serialismo dodecafônico nas obras da primeira fase (1939-1946)”. In: Anais do Congresso de 2001 da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Música. Goiânia: Editora da Anppom, 2001.
OLIVEIRA, João Pedro Paiva de. Teoria Analítica da Música do Século XX. Lisboa: Gulbenkian, 1998.
PERLE, George. The Listening Composer. Berkeley: University of California Press, 1990.
ROIG-FRANCOLÍ, Miguel. Understanding Post-Tonal Music. New York: McGraw-Hill, 2007.
SAMPAIO, João Luiz. Claudio Santoro: 100 anos de música. Rio de Janeiro: Funarte, 2019.
SCHOENBERG, Arnold. La Composicion con Doce Sonidos, In: El Estilo y la Idea, p. 142. Madrid: Taurus, 1941/1963.
SCHUIJER, Michiel. Analyzing Atonal Music: Pitch-Class Set Theory and Its Contexts. Rochester: University of Rochester Press, 2008.
STRAUS, Joseph N. Twelve-Tone Music in America. Cambridge: Cambridge University Press, 2009.
WHITTALL, Arnold. Serialism. Cambridge: Cambridge University Press, 2008.
WUORINEN, Charles. Simple Composition. New York: Peters, 1979.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Rodolfo Coelho de Souza
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a CC Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).