Chupim y Chopin, afeminados y enfermos
música y género en la primera mitad del siglo veinte en Brasil
DOI:
https://doi.org/10.11606/rm.v19i2.163874Palavras-chave:
Aloysio de Castro., Prejuicio., Medicina., Feminismo., Musicología.Resumo
A argumentação deste artigo está estruturada da seguinte forma: o reconhecimento de alguns artistas percebidos como efeminados e de outros como homossexuais coexistiu com a reprodução de preconceitos no discurso médico e literário. E as mulheres são maioria numérica nas instituições de educação musical e, paralelamente, o discurso médico e literário reproduz a crença na inferioridade feminina. A partir do texto de uma conferência sobre Chopin, analiso três tópicos do médico e escritor Aloysio de Castro, contrastando com as idéias de quatro especialistas em homossexualidade e algumas do musicólogo Mário de Andrade. As fontes primárias são da primeira metade do século XX, e minhas apreciações têm referências na minha revisão da literatura sobre racismo, gênero e música.
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