A Influência da música de Heitor Villa-Lobos no primeiro e terceiro movimentos da Primeira Sinfonia de Claudio Santoro.
DOI:
https://doi.org/10.11606/rm.v19i2.163699Palavras-chave:
Claudio Santoro, Heitor Villa-Lobos, Teoria e Análise, Composição, IntertextualidadeResumo
A Primeira Sinfonia para duas orquestras de cordas, composta no ano de 1940, pode ser considerada uma das obras inaugurais da primeira fase (1939-1948) de Claudio Santoro, momento muito relevante, não apenas para o compositor em questão, mas também para compreender a história do movimento progressista musical denominado Música Viva, encabeçado por Claudio Santoro e Koellreutter, contato este que acabou gerando importantes consequências para a produção da música erudita no Brasil, neste sentido, a análise da Primeira Sinfonia de Santoro deve ser reveladora. O primeiro e terceiro movimentos apresentam abordagens composicionais que aproximam essa obra dos compositores da chamada “estética da sonoridade”. Dentre esses autores encontra-se Villa-Lobos, que já era a principal figura da música brasileira à época em que a Sinfonia de Santoro foi escrita. Este artigo pretende identificar alguns procedimentos harmônicos e melódicos tratados por Santoro no primeiro e terceiro movimentos de sua Sinfonia como também pretende-se apontar algumas possíveis influências advindas da obra de Heitor Villa-Lobos.
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