O sentido da história: considerações sobre o historicismo em Karl Popper
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2447-9020.intelligere.2021.194862Palavras-chave:
Karl Popper, Historicismo, Falibilismo, Teoria da históriaResumo
As experiências traumáticas desencadeadas pelos regimes totalitários na primeira metade do século XX deram impulso à crítica de Karl Popper (1992 – 1994) aos sistemas de ideias que abrigam a crença, quer por leis ou por alguma razão histórica, no ordenamento dos destinos dos indivíduos. Objetivamos apresentar a crítica de Popper ao conjunto de ideias nomeadas por ele de historicismo, isto é, a visão de que caberia às Ciências Sociais a função de fazer predições a partir da compreensão das leis de uma história teleológica. As linhas que norteiam as principais teses de Popper serão apontadas nas obras: The Poverty of Historicism (1944-45) e The Open Society and Its Enemies (1945), além do diálogo com autores como Raymond Aron (1905-1983), Isaiah Berlin (1909-1997) e François Furet (1927-1997). Ao mostrar a impossibilidade de se fazer predições por processos de seleção interpretativos a partir da multiplicidade dos temas que constituem os eventos históricos, Popper põe em xeque as leis que determinariam o enredo de uma história teleológica, ao mesmo tempo em que afirma sua crença nas possibilidades da agência humana.
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