A gramática da história:

Wittgenstein, a pragmática da linguagem e o conhecimento histórico

Autores

  • Mauro Lucio Leitão Condé Universidade Federal de Minas Gerais

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2447-9020.intelligere.2018.153192

Palavras-chave:

Conhecimento Histórico, Teoria da História, Gramática, Pragmática da Linguagem, Wittgenstein, Gramática da História

Resumo

Inspirado nas noções de gramática e pragmática da linguagem de Wittgenstein, a proposta desse artigo é apresentar a ciência da história como uma “gramática”. Talvez o sentido geral da noção de gramática do segundo Wittgenstein pudesse ser expresso da seguinte forma: o que é lógico ou racional está expresso nas regras da gramática de nossos comportamentos sociais. O que é lógico ou não é dito pela gramática. Podemos estender essa concepção de racionalidade gramatical de Wittgenstein para a ciência da história que em seu modus operandi também pode ser entendida como uma gramática. Essa “gramática da história” – como uma caracterização da racionalidade científica que insere sentido aos processos históricos – pode ser concebida como uma “teoria da história” que compreende tais processos históricos como uma “teia”, uma rede flexível e multidirecional de linguagens, práticas e interações sociais que se estende por meio de “semelhanças de família”. Essa rede gramatical não se propõe a fornecer “uma” inteligibilidade total e completa de uma “grande narrativa” do mundo, mas simplesmente proporcionar a compreensão de nossa condição de seres inseridos na gramaticalidade de nossa própria história, ainda que nossa gramática compartilhe “semelhanças de família” com outras gramáticas.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Mauro Lucio Leitão Condé, Universidade Federal de Minas Gerais

    Mauro Lúcio Leitão Condé é Professor Titular de História da Ciência [Historiografia da Ciência] do Departamento de História e do Programa de Pós-Graduação em História da UFMG (Linha de pesquisa Ciência e Cultura na História)

Referências

Wittgenstein, L., Investigações filosóficas. Tradução de José Carlos Bruni. São Paulo: Abril Cultural, 1979. (Trabalho original publicado em 1953.)
Wittgenstein, L., Tractatus logico-philosophicus. Tradução de L. H. Lopes dos Santos. São Paulo: EdUSP, 1993. (Trabalho original publicado em 1921.)
Wittgenstein, L. Philosophical investigations. Oxford: Basil Blackwell, 1953.
Shapin, S.; Schaffer, S. Leviathan and the air-pump: Hobbes, Boyle and the experimental life. Princeton: Princeton University Press, 1985.
Condé, Mauro L., Wittgenstein: linguagem e mundo. São Paulo: Annablume, 1998.
Condé, Mauro L., As teias da razão: Wittgenstein e a crise da racionalidade moderna. Belo Horizonte: Argvmentvm, 2004.
Condé. Mauro L., “Léxico versus gramática na ciência: a virada linguística de Kuhn e o segundo Wittgenstein”. In: Condé, M. L.; Penna-Forte, M. (Orgs.). Thomas Kuhn e a estrutura das revoluções científicas [50 anos]. Belo Horizonte: Fino Traço, 2013.
Kuhn, Thomas, A estrutura das revoluções científicas. Tradução de Beatriz Boeira e Nelson Boeira. São Paulo: Perspectiva, 1998. (Trabalho original publicado em 1962.)

Downloads

Publicado

2018-12-31

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Condé, M. L. L. (2018). A gramática da história:: Wittgenstein, a pragmática da linguagem e o conhecimento histórico. Intelligere, 6, 10. https://doi.org/10.11606/issn.2447-9020.intelligere.2018.153192