Leitores e leituras acadêmicas de Karl Marx (São Paulo, 1958-1964)
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2447-9020.intelligere.2016.109041Palavras-chave:
Marx no Brasil, Sociologia, Universidade, Trajetórias, Sociologia da Cultura e dos IntelectuaisResumo
Ideias, livros e conceitos de Karl Marx e de diversos autores marxistas foram incorporados às instituições científicas e culturais.Trata-se de uma importação da esfera política para a acadêmica que implicou rotações de sentido em relação às suas origens e conferiu ao marxismo, por meio das práticas dos agentes desta transferência, suporte para sua conservação, difusão e transformação. Concomitantemente, desenvolve-se a incorporação destas linhagens às leituras obrigatórias das ciências humanas e ao repertório de camadas cultivadas. O exame das apropriações que as elites acadêmicas e cultivadas realizaram de Marx, situá-las (tal obra e tais elites), institucionalmente. Eis o que o presente artigo realiza. Sustentando que a legitimidade dos usos de uma tradição resulte não exclusivamente de seu valor intrínseco, mas do trabalho orientado de agentes interessados nela, elege-se uma experiência exemplar para a investigação. Este artigo trata de dois grupos universitários voltados inicialmente ao estudo da obra de Karl Marx, constituídos no final dos anos 1950. Inicia-se apresentando uma biografia coletiva dos mesmos, o programa de leituras e os usos diversos que fizeram delas. Para afinar a análise e por à prova o método defendido, seleciona para exame vertical, no interior de um grupo (o primeiro deles) e de uma disciplina (a Sociologia), duas trajetórias contrastantes (Fernando Henrique Cardoso e Octavio Ianni) e modalidades diversas de marxismo (teórico e empírico / dominante e dominado). Finalmente, discute os ganhos propiciados por operar com três noções chave da sociologia da cultura no exame apresentado: habitus, campo e padrões de intenção – extraídos, respectivamente de Pierre Bourdieu e Michael Baxandall.
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