Vacinação contra o papilomavírus humano em programas nacionais de imunização: impacto e perspectivas
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1679-9836.v97i1p81-97Palavras-chave:
Condiloma acuminado, Papillomaviridae, Vacinação em massa, Vacinas contra Papilomavirus, Avaliação do impacto na saúde, Neoplasias do colo do útero.Resumo
O Papilomavírus Humano (HPV) está presente em praticamente todos os casos de câncer do colo do útero e também em verrugas anogenitais e outras lesões pré-cancerígenas diversas, que podem ser prevenidos primariamente via vacinação. Até abril de 2017, cerca de 40% dos países já haviam introduzido a vacina de HPV em seus programas nacionais de imunização, tendo por alvo quase sempre meninas entre 9 e 13 anos de idade. A maioria desses países são de alta renda, mas países de média e baixa renda têm implementado recentemente programas de vacinação com o apoio de organizações de financiamento públicas e privadas. Desde a introdução da vacinação de HPV, inúmeros artigos apresentam dados sobre sua efetividade no mundo real, apoiando a efetividade de um programa de imunização na prevenção da infecção e na redução das doenças relacionadas ao HPV em ambos os sexos. O programa brasileiro de vacinação contra o HPV iniciou-se em 2014 para meninas de 9 a 13 anos de idade e, recentemente, foi ampliado para meninos. Este artigo de revisão visa atualizar os dados de implementação de vacina de HPV em diferentes países do mundo, enfatizando o programa brasileiro. Além disso, são apresentados os dados de impacto e efetividade da vacina de HPV em relação à redução de infecções e doenças causados pelos tipos de HPV contidos nas vacinas. Ainda, são apontadas as razões para as diferentes taxas de cobertura e dificuldades observadas na implementação dos programas, considerando barreiras sociais e econômicas. Finalmente, são discutidos os principais determinantes de sucesso a longo prazo e estratégias para melhorar o acesso e a aderência aos programas de vacinação.